Faz anos que este blog está congelado, mas eu, o autor, estou bem vivo e atuante. Acabei de publicar o primeiro livro impresso resultante do processo de escrita interativa (RPG ou role playing game) que deu origem a este blog.
Escrito por uma pessoa que nasceu
oficialmente mulher, continua sendo legal e socialmente mulher, mas aos três
aninhos se descobriu um menino gay no corpo de uma menininha, este romance colorido,
ilustrado e vivo sobre transgeneralidade/transexualidade
e a imersão na literatura interativa, constitui uma saga de afeto, alegria, luz
e escuridão a respeito do poder libertador e transfigurador do texto enquanto “o
corpo certo” e do amor enquanto motor de todos os mitos.
Faz
parte de uma coletânea de romances nomeada Little
Purple Rains, nascida de jogos de RPG na internet, entre o autor e outros
escritores interativos de RPG na internet. E destaca um período de dois anos (2010 a 2012)
de jogos entre a autora/autor (Dinamara Garcia Rodrigues ou Daniel Rodrigues) e
seu parceiro Ys.
Narrativa
de alguns dias nesses dois anos de paixões escritas e aprisionadas dentro do
silêncio da palavra e do afeto não vividos, é parte de uma saga do amor e do
sexo nos tempos da rede mundial de computadores, com seus bilhões de hiperlinks,
como algo fundamental, definidor e definitivo da obra que permite.
Os
sentidos do que se conta são guiados por trilhas sonoras e vídeos que acabam
fazendo parte da história porque as músicas, principalmente, guiam construções
de personagens, mas vão além, afinal, trata-se de muitas narrativas em que mais
de uma banda e até uma orquestra sinfônica se configuram como organismos vivos,
personagens mesmo, e são muito, muito importantes na vida das personagens da
narrativa de dentro e da narrativa de fora.
As
ilustrações assinadas por Reider Pereira são muito orgânicas, anacrônicas, quase vintages, transformando a palavra
carregada de afeto e vitalidade na cor que todas as crianças – mesmo as que
moram nos adultos – desejam ver e vivenciar como reinos de sonho e doçura que
perdemos o hábito de procurar.
Muitas
vezes com jeitinho de passado e novela de época, A historinha da mulher-menino é apenas outro nome para uma nova
manifestação do velho amor, um velho amor terno e arrebatador. Todos nós que
compomos estas obras garantimos ao leitor esse arrebatamento, nascido
exatamente do fato de o amor, ou melhor, o redimensionamento do amor, ser o
mote principal da obra e da coletânea.
Em breve, o livro impresso poderá ser adquirido no site http://www.littlepurplerains.com.br/