domingo, 22 de fevereiro de 2009

Capítulo 3 - Das garras de Geller ao colo de Bettina - Parte I

Não é um trabalho de garimpeiro, na verdade, o que move a escolha dos textos componentes dos jogos. Sinto-me como um arqueólogo e paleontólogo, escavando toneladas de areia no deserto, para encontrar relíquias culturais ou fósseis de dinossauros, talvez um mergulhador buscando raro animal por todos os oceanos, submerso em milhões de toneladas de litros d´água.

Nesse universo extenso, um dos maiores jogos aconteceu em 11 de janeiro de 2003. Durou de 00:52:41 às 10:53:55, totalizando cerca de 10 horas de chat. É bastante importante não só por ser o único jogo de duração tão longa mas também por representar o cume de um conflito entre Lestat e Ross Geller, o Justicar do Clã Toreador, interpretado por João Gabriel. Justicares são os seis juízes da Camarilla.

Na Taverne de La Perdition, Lestat e Marcel quase sempre são atendidos por Karel, um discreto bartender egípcio, negro de quase dois metros de altura, cabelos hastafari - que, a partir de 2007, foram transformados em dreads -, e, como freqüentemente repetirei, improváveis olhos azuis celestes. O egípcio é um non player character – personagem que o jogador menciona, cita, mas, não é o foco da interpretação dele – que criei para proteger Lestat e Marcel. Optei por não deixar Marcel e Lestat com muitos poderes sobrenaturais, para fugir dos entediantes jogos de lutinhas que muitos adolescentes preferem. Não sou bobo nem nada. Embora não tenha a menor vontade de interpretar jogos ao gosto de “Rambo” e “Duro de Matar”, não vou deixar minhas crias completamente desprotegidas. Por isso, dei forma a Karel, o discreto garçom que fala pouco, não se mete na vida de ninguém, parece humilde e pacato, um simples servidor. Isso é o que a maioria dos players, em todos estes anos, pensa, apesar de eu ter deixado vestígios contraditórios.

João Gabriel foi o primeiro – e até agora o único – a descobrir o homem por trás da máscara, percebendo que Karel certamente estava ligado à Deusa Bastet/Sekmet do Egito. Mais que apenas ligado aos deuses, João Gabriel o identificou como um deles, e estava certo. Karel é Ptah, o deus criador de tudo, incluindo dos outros deuses, ligado à cidade de Memphis, é o protetor das artes.

No jogo com Geller, estudioso de egiptologia, o Justicar deseja arrancar de Lestat o paradeiro de Sophie, amante de Ross, ligada ao templo de Ísis. Geller vinha, há tempos, percebendo em Marcel e Lestat alguma ligação com o Antigo Egito e as divindades respectivas. Por isso também essa madrugada foi muito importante. Além disso, depois que termina o jogo com Geller, e Lestat sai muito ferido, entra em cena Bettina von Schaeffer, cuidando do louro, dias depois de provar-lhe que ele era um masoquista e, sendo assim, adorava o sofrimento, ou, ao menos, o fato de estar submetido a alguém que poderia fazê-lo sofrer fisica e psicologicamente em tensos jogos sexuais.

Ao que tudo indica, João Gabriel e eu havíamos jogado numa noite anterior, porque a mensagem abaixo é uma reprodução de mensagem de jogo, com os índices de horário (05:52:28) e verbo “falar” ("fala com"). Estrutura típica dos chats, indica que, a cena que segue foi lançada no final de um jogo, quase às seis da manhã. No entanto, esse jogo anterior não foi gravado.


Lestat de Lioncourt 00:53:38reservadamente fala com Lestat de Lioncourt
☺ Lestat de Lioncourt 05:52:28__fala com Justicar Dr.Geller *quando Geller sai, Lestat está novamente inconsciente, largado, encolhido onde fora largado. Ainda e sempre será belo, mesmo se derrotado, pois fora talhado para a nobreza verdadeira, a que vem de dentro e se espraia pelos gestos e pelo porte, pelo modo como o pensamento se expressa na música da voz e do sorriso. Se morresse, seria desperdiçada uma criatura excessivamente magnífica, algo feito um cavalo de raça ou um anjo antigo, ancestral dos sonhos humanos. Geller sente um aroma intenso de canela e especiarias egípcias quando deixa Lestat jogado em sua cela*


Enquanto Lestat, ferido, está estirado em uma espécie de cela, e nós, os players, estamos tecendo a narrativa, outros freqüentadores do chat conversam. De vez em quando surge outro texto que se configura como ficcional. O arquivo orginal deste jogo, em formato chatbrowser, tem mais de 400 páginas, foi desmembrado em vários arquivos menores. Nas mais de 10 horas diretas do chat, por vezes, havia 40 pessoas presentes, muitas teclando em aberto, ou seja, lançando mensagens na tela. Aqui foram eliminadas todas que não tenham um propósito relacionado ao jogo ou à expressão de pontos de vista necessários a este romance. Abaixo trascrevo algumas dessas cenas - para que se tenha a idéia do ambiente em que se cria o RPG narrativo – e algumas conversas em “off” retomando, logo depois, as cenas de nosso jogo. É preciso lembrar que os textos de jogo não serão corrigidos nem editados, sendo mantidas falhas de ortografia, concordância, repetições etc:

Dama Secreta 00:54:13
*moça alta, aparenta ter 18 anos, cabelos pretos lisos e compridos, olhos azuis claros, está vestindo uma saia preta, uma blusa branca regata, um punhal de prata na cintura, uma capa preta e longa tocando o chão, botas altas, no pescoço uma Doma e a pedra de elissar. Tem o caminhar leve

Lestat de Lioncourt 00:54:29reservadamente fala com Lestat de Lioncourt
☺ *Nu, cheion de hematomas por todo o corpo, lá está ele, debruçado em um canto qualquer, creio que do chão, parece estar mais queimado do que antes, como se tivesse adormecido sob o sol, na praia. Não se movera nem com o fim do dia, parece estar tão morto ou inconsciente quanto jamais. Nas paredes do quarto, inscrições hieroglíficas, escritas a sangue, em caracteres muito, muito antigos. Se Geller souber ler, poderá constatar hieróglifos rituais, e eles falam algo que parecem orações dizendo "Dê a Paz ao Guardião, a Sua Paz é a Paz do Guardião"*
Emmanuelle 00:54:55
*Ao entrar se dirige ao balcão, onde como de costume pede uma taça de champagne*

^Sharen^ 00:54:57fala com Sin Digger
*Olha para vc sorrindo e sorri tb...* è tão lindo ver vc sorrindo... é uma coisa inédita, é lindo... tudo que é bonito é rápido ou inedito....*olhando nos teus olhos...e sorrinndo...*

Frederik 00:55:04
(O pessoal tem esse idéia que toda Succubus é puta)

Brandon 00:55:50
(NUM É PUTA MAS VIVE DE SEXO...)

Sin Digger 00:56:38fala com ^Sharen^
Nao exatamente..... *sorri, mas logo para..... o q ele estava falando?? pararia por ali mesmo* To achando estranho vc falar assim........

Justicar Dr.Geller 00:56:46fala com Lestat de Lioncourt
*"Dê a Paz ao Guardião, a Sua Paz é a Paz do Guardião". Geller já estudava o Egito muito antes de Napoleão tornar a egiptologia uma ciência, e leu aquilo com certo espanto. Seria uma brincadeirinha de Lestat? Seu atual estado denotava que não. Ele, agora com deconfiança no rosto, aproxima-se do moribundo para cutucar-lhe com o pé. E por fim, uma luz. Pensa Ross: "Guardião! Esa é a função de Lestat, guardar Marcel, o Faraó Dourado.". Talvez seja mesmo isso. E então, ao invés de cutucá-lo com a onta dos sapatos italianos caríssimos e lustrosos, agacha-se ao lado do corpo talvez morto do francês e tenta acordá-lo com as mãos.* Lestat... acorde.

Ainda era bastante cedo, mas, a discussão de Frederik e Brandon sempre me parece um índice de Bettina, um índice anunciativo como a fumaça para o fogo, uma indicação em direção ao futuro, diferente de pegadas na areia, que me dão a idéia de apontarem para o passado. Se vejo as pegadas de um tigre, é porque ele já passou por ali, já esteve presente, ainda que eu, no futuro, o veja. Enfim, a discussão sobre succubus, putas e femmes fatales causava-me – embora eu ainda não soubesse – saudade de Bettina tanto quanto, hoje, no conjunto destes textos, anuncia, ao leitor, que a dominatrix logo chegará, profetizada por mensagens com esta:

Frederik 00:59:39fala com Brandon
(Mas eu posso ser uma mulher adoradora de sexo e nem por isso ando com duas forminhas de brigadeiro no bico dos seios e um tapa sexo, para mim a Succubus tinha que ser aquela espécie de mulher fatal, que é experiente em jogar aquele jogo que nós chamamos de: sedução)

Lestat de Lioncourt 00:59:42fala com Justicar Dr.Geller
*Não há farsa alguma, Lestat está inconsciente e bastante ferido pelos abusos sofridos ao ataque da Besta interna de Geller, e mais ainda, dos efeitos do sol naquele quarto. Não virara cinzas, nem ficara queimado a ponto de morrer pelo sol, mas parece ter morrido antes. Ao menos não se movera. Os hieróglifos, Geller olha melhor, não parecem imitações modernas, mas letras de altíssimos sacerdotes do Egito Antigo*

Brandon 01:00:29fala com Frederik
(isso aé véi ela num é puta......mas ganha pontos de alma com sexo)

Raul Gutierrez 01:01:02entra na sala

Haluc Satrer 01:01:23fala com Lestat de Lioncourt
Off: boa noite kra ....

Frederik 01:01:47fala com Brandon
(Então e as meninas que jogam com Succubus ficam dando pra qualquer um que encontram por ai)

Justicar Dr.Geller 01:02:08fala com Lestat de Lioncourt
*Não obtendo resposta, ele lembra de como esfolou o rosto de Lestat e vira o corpo para vê-lo de frente. Se estivesse ressequido, tudo isso teria sido em vãol, Lestat estaria morto e junto com ele todos os segredos que Ross quer obter.*

Frederik 01:02:30fala com ¥¤¥Attila¥¤¥
*interessado, ele se levanta da cama e começa a vasculhar os moveis do quarto de Attila, em busca de objetos sadomasoquistas*

Brandon 01:02:43fala com Frederik
(é de certa forma tá errado)

Raul Gutierrez 01:02:52fala com Lestat de Lioncourt
☺ off: O Raul não tem nada contra Lestat.. Só acha que sua politica podia ser aberta...

Não há nenhuma pergunta ou observação minha que tenha justificado o off de Gutierrez. Acredito que estivéssemos conversando antes do horário em que o arquivo de chatbrowser começou a ser salvo, e, sendo assim, não há registro do que tenha orginado essa observação. Lestat sempre foi uma personagem controversa nos jogos, muitos players, ainda hoje, têm sérias reservas contra ele, criticam-lhe as atitudes, desaprovam minha interpretação. Não é que deseje chocar ou provocar, mas, aprecio as reações, principalmente as desfavoráveis, ainda que elas afastem parceiros de jogo. Por outro lado, trazem parceiros apaixonados, e esses sempre são os melhores.






Raul Gutierrez 01:02:53fala com Haluc Satrer
☺ *Sente a presença de um Imortal na Taverna*


Haluc Satrer 01:02:53fala com Lestat de Lioncourt
off: maravilha ...... preparando um personagem p/ minha primeira cronica de live .....

Haluc Satrer 01:04:24fala com Raul Gutierrez
off: ah kra .... e ai blz ?? desculpa mas ele ainda não está na taverna .... eu 'so vim dar uma olhadinha ...... foi maus .......

Lestat de Lioncourt 01:05:25fala com Justicar Dr.Geller
☺ *O rosto bonito do toreador francês estava ainda muito ferido, as feridas abertas, em carne viva, cheias de sangue coagulado, entre roxo e negro, mas, bem no tórax de Lestat, sobre o coração, Geller pode ver um desenho, não, não um desenho, uma espécie de tatuagem. Melhor ainda, parece uma queimadura de algum tipo de radiação. O formato: a silhueta exata da Lágrima de Ísis, como se alguém tivesse tocado o coração de Lestat com aquela gema magnífica. Quase se pode recortar a própria pedra daquela carne, mas, é apenas uma marca, um rastro, e Geller pode ver um leve movimento quase respiratório*

Cristopher Ritter 01:05:54fala com Lestat de Lioncourt
(oii vc joga com marcel nao e??)

Lestat de Lioncourt 01:06:03fala com Haluc Satrer
☺ off- e eu aqui, assistindo momentos imperdíveis da derrota de Lestat para Geller...

Lestat de Lioncourt 01:06:27fala com Raul Gutierrez
☺ off- hahahahahhaha! Ah, fala a verdade, bem que o Raul adora azucrinar o Lestat...

Esses offs que mantenho podem mostrar a vibração dos jogos em chat. Neles, não apenas apreciamos a ludicidade, a alegria de narrar, criando personagens às quais nos afeiçoamos, mas também desenvolvemos um certo fascínio por conversar a respeito delas. Na mensagem a Haluc demonstro meu contentamento por estar interpretanto momentos de conflito, nos quais Lestat não se sai muito bem diante do inimigo.

Até hoje, muitos anos depois dessas cenas, experimento certo deleite quando as coisas não vão bem para ele e, nesses momentos, recordo uma frase que Lestat me ensinou: “Sentir dor ou prazer, tanto faz, um não é mais importante que o outro, os dois servem para dar vida aos nervos. Viver é o luxo de sentir, se prazer ou dor não importa, o que conta é estar vivo, ter nervos e sentir”.

Lestat é uma personagem paradoxal, seja nas páginas originais de Anne Rice, seja nas minhas. Nos dois universos ele faz inimigos que não o compreendem, na verdade, nem mesmo os amigos o compreendem. Nas Crônicas vampirescas, ele é nomeado “O Príncipe Moleque” ou “O Príncipe dos Moleques”, devido ao espírito irreverente e iconoclasta. Além disso, o conflito entre personagens é uma das características básicas e essenciais da narrativa ficcional. É daí que nasce o prazer de se ouvirem histórias que nos provocam a tão estudada catarse aristotélica, a descarga de desordens emocionais ou afetos desmedidos a partir da experiência estética oferecida pelo teatro, música, poesia e outras artes, quando acontece a purificação do espírito do espectador por meio da purgação das paixões, especialmente dos sentimentos de terror ou de piedade vivenciados na contemplação do espetáculo trágico.

Frederik 01:07:24fala com ¥¤¥Attila¥¤¥
*o menino abre o armário, procurando ver o que tem* (Pode descrever?)

Raul Gutierrez 01:07:32fala com Lestat de Lioncourt
☺ off: não...O Lestat é que ficou gelado quando Raul tocou no nome de Geller.... E ele quis saber porque....

Haluc Satrer 01:08:38fala com Lestat de Lioncourt
off: .... não sei c rio ou choro aqui ..... kra .... q q tá rolando ?pelo q eu to vendo ele levou uma bela surra !

Lestat de Lioncourt 01:09:20fala com Haluc Satrer
☺ off- fica assistindo, se vc gostar, que vc ficará sabendo, hehehehehe!!

Justicar Dr.Geller 01:10:00fala com Lestat de Lioncourt
*Finalmente o rosto milenar toma uma expressão de espanto jamais vista. Ele, que segurava a cabeça de Lestat nas mãos e apoiava o corpo moribundo num de seus joelhos, solta-o de súbito, dando dois passos para trás e levando a mão a boca. Não consegue acreditar, olha ali mais uma vez aquela cooisa estirada no chão, ainda sentido o cheiro do sangue de Jesus misturado ao seu e aos dos jacarés. Tem de fazê-lo acordar! Ergue uma das mãos, a garrafa voa para ela. NOvamente ajoelhando-se ao lado de Lestat, Ross retira a rolha e derrama o líquido goela abaixo do vampiro francês. É sangue, fino e delicioso. Não chega a ser de um vampiro, mas é de uma ótima "safra"de mortais.*

Creio ser a primeira menção gravada que faz referência ao fato de Lestat, no livro Memnoch, de Anne Rice, raptado por Memnoch – o Anjo da Manhã, ou Lúcifer – e por Deus, viajar no tempo, à época da Crucificação, e, dois passos antes da Verônica, ser abraçado por Jesus que lhe dá um beijo e o deixa beber-lhe do sangue. João Gabriel, evangélico, mais tarde convertido ao judaísmo, revelou sentir-se pouco à vontade com essa “heresia” de Anne Rice, em conversas no antigo ICQ e, recentemente, no MSN.

Haluc Satrer 01:11:13fala com Lestat de Lioncourt
off: exataente oq imaginei q iria dizer .... mas fazer oq .... quem não arrisca .... hehehe

Matthew M. Murdock 01:12:28fala com Lestat de Lioncourt
bem... uma hora isso acontecia...


Lucy 01:12:31
Smashing Pumpkins - Zero

Não freqüento outras salas de bate-papo, não lhes conheço os costumes. Nas em RPG são bastante comuns mensagens como essa da Lucy, informando a música que o usuário está ouvindo. Smashing Pumpkins é uma banda que aprecio. As canções são melancólicas e vibrantes, harmonizam-se bastante bem ao universo punk-gótico de Vampiro – a máscara.

Lestat de Lioncourt 01:14:29fala com Justicar Dr.Geller
☺ *Passam-se alguns segundos, muitos, se considerado um vampiro esfomeado, à beira do torpor ou do frenesi. Mas, após algum tempo, os lábios se movem, lambendo o sangue com grande esforço. Lestat geme, e não é de prazer, é como gemem os mortais febris, muito doentes. Nada se move nele além dos lábios em luta, em esforço, esforço instintivo apenas como de um animal sem forças para alimentar-se. Geller vê os olhos violetas se abrirem por breves segundos e se fecharem cheios de horror, pânico intenso, como Geller jamais vira nem em humanos e menos ainda em cainitas. E se fecham novamente, os gemidos de horror prosseguem, fracos de mais para se expressarem. E naquele tórax sensual parece ainda mais viva a marca da Lágrima de Ísis*

Lestat de Lioncourt 01:15:01fala com Matthew M. Murdock
☺ off- Eu, player dele, adorei que tenha acontecido, hehehehehe!

Justicar Dr.Geller 01:18:14fala com Lestat de Lioncourt
*A garrafa esvazia-se rapidamente, insuficiente para fazer acordar Lestat. Ross, novamente, traja o terno negro, a gravta de seda vermelha e reluzente. Deitando Lestat no chão, sem deixá-lo cair desta vez, ergue-se, retira e paletó ficando apenas com o blusAõ branco sob a gravata. Dos pulsos retira as abotoadeiras douradas onde há estampado o brasão da família. Agora com os pulso nús, morde-se e, agachando-se ao lado de Lestat mais uma vez, encosta-os em seus lábios, pressionando a cabecinha lira e machucada contra a feria aberta, aquele sangue milenar que ele provara na outra noite voltando a tocar seus lábios. Cada gota dele vale por cem garrafas daquela*

Dovrefjeld-Therion_ 01:18:26reservadamente fala com Lestat de Lioncourt
bah, kra..keria parabenizar vc e o Ross por esse jogo de vcs..faz uns 3 dias q eu tenho entrado aki na sala todo o dia só para acompanhar..parabens!!

Lestat de Lioncourt 01:21:04fala com Justicar Dr.Geller
☺ *Agora ele bebe avidamente, em grande desespero, sem abrir os olhos todavia. Engasgando-se, como se tivesse perdido a prática de ser um bebedor de sangue. Geller sabe que a mente de Lestat está como uma terra devastada após a passagem de um ciclone, ou como as terras atingidas pelas lavas de um vulcão furioso: só há caos e confusão. Com certeza, ele não sabe quem é Geller. Se Geller não o interromper, Lestat não saberá parar de beber*

Matthew M. Murdock 01:21:05reservadamente fala com Lestat de Lioncourt
ahn... nao é o geller, é?

Lestat de Lioncourt 01:21:51reservadamente fala com Dovrefjeld-Therion_
☺ of- Puxa, cara, muito obrigado mesmo! é bom receber seu incentivo, e melhor ainda é saber que está gostando do nosso trabalho de equipe!

Dovrefjeld-Therion_ 01:22:35reservadamente fala com Lestat de Lioncourt
eu entendo pouco de RPG e tal..comecei a pouco tempo...mas o jogo de vocês tem uma atmosfera mto interessante...continuem assim...

Lestat de Lioncourt 01:22:40fala com Matthew M. Murdock
☺ Off- se é o Geller que ferrou o Lestat? ele mesmo! e em grandíssimo estilo, hehehehehehe!!

Lestat de Lioncourt 01:23:47reservadamente fala com Dovrefjeld-Therion_
☺ off- obrigado mesmo, meu amigo, e se vc gosta, é porque mesmo sendo iniciante, vc tem talento para rpg...parabéns!



Dovrefjeld-Therion_01:24:52reservadamente fala com Lestat de Lioncourt

vendo o jogo d vcs, eu fico ansioso q volte as aulas pra reunir o grupo q eu jogo d nvo, rs/


Matthew M. Murdock 01:25:03reservadamente fala com Lestat de Lioncourt
Putz! Que isso!!!! Logo o Geller??? O cara que perdeu a mulher pro Ashford, e ainda quis sair com a banca que deixou a garota ir embora e poupou a vida do Ash....

Lucy 01:25:09
Lacrimosa - Liebesspiel


Sanakth Immoh 01:25:20
Off:Lacrimosa..hm..Bom gosto.u.u


Lestat de Lioncourt 01:25:23reservadamente fala com Dovrefjeld-Therion_
☺ off- Pede pros seus amigos entrarem aqui e jogarem contigo!

Only Vinnie 01:25:39
☺ Slayer - South of Heaven

Justicar Dr.Geller 01:25:48fala com Lestat de Lioncourt
*Ele observa até o momento em que a pele de Lestat volta a ganhar cor, as feridas mais superificiais se fecham. Com um pouco de força, empurra os ombros do francês, afastando-o de si, lambando a ferida em seu pulso logo em seguida. Ergue-se os punhos cerrados pronto para uma batalha rápida contra um Lestat em frenesi. Ross jamais imaginou ver Lestat assim. Completamente fora de si. Embora aja de modo responsável, teme o que esse frenesi p ossa vir a causar.*

Lestat de Lioncourt 01:26:07fala com Matthew M. Murdock
☺ off- Cara, o player do Geller é sem dúvida um dos melhores players deste chat!! ele age na surdina, como deve ser todo rpgista excelente, hehehehehe!


Therion_ 01:27:08reservadamente fala com Lestat de Lioncourt
eu não sei como q funciona o lance d rpg por internet..to aki só olhando mesmo..



Matthew M. Murdock 01:27:33reservadamente fala com Lestat de Lioncourt
sei lá... nunca gostei muito do jjogo dele... mas deixa pra lá... eum nao jogo mais com o Ashford mesmo...

Lestat de Lioncourt 01:28:32fala com Justicar Dr.Geller
☺ Não...não...não......*O que ele vê é um Lestat completamente em pânico, encolhendo-se nos cantos mais escuros do quarto, absolutamente horrorizado da presença de Geller, tremendo, sem conseguir acabar o que pareceria ser uma frase que contivesse ao menos um pouco mais de significados além de uma série de "nãos" cheios de temor. Lestat se abraça a si mesmo, sem saber a que partes do seu corpo deve proteger primeiro*

Lestat de Lioncourt 01:29:21reservadamente fala com Dovrefjeld-Therion_
☺ off- Quando esta minha crônica acabar, se vc quiser, eu te ensino, é muito mais fácil que mesa e live action...


Matthew M. Murdock 01:29:44reservadamente fala com Lestat de Lioncourt
o chamado ancestral me atinge novamente... vou arrumar algo pra comer e já volto...

Dovrefjeld-Therion_ 01:30:11reservadamente fala com Lestat de Lioncourt
tah certo!!!qdo vc puder, me dá o toke...


Lestat de Lioncourt 01:30:21reservadamente fala com Matthew M. Murdock
☺ off-ok!


Lestat de Lioncourt 01:30:38reservadamente fala com Dovrefjeld-Therion_
☺ off- ok, cara, será um prazer!

Dovrefjeld-Therion_ 01:31:39reservadamente fala com Lestat de Lioncourt
enqto isso vo continuar espectador do jogo de vcs...q tah me prendendo a essa sala..

Lestat de Lioncourt 01:32:25fala com Dovrefjeld-Therion_
☺ off- pode me perguntar o que quiser sobre este jogo...enquanto espero as respostas do Geller, teclo com vc...

Justicar Dr.Geller 01:32:36fala com Lestat de Lioncourt
*"Ao menos não é um frenesi!"- ele pensa. Talvez seja o Medo Vermelho. Tanto faz, Lestat não aparenta representar perigo algum além daquela... coisa estampada no peito. Embora esteja em comleto controle do seu agir, Ross está deseperado, quer saber logo o que Lestat tem a dizer! Sem transparecer esse desespero, ele reabotoa as mangas de sua camisa calmamente. A voz dele sai igualmente calma, bem mansa, sem demonstrar ameaça ou perigo algum* Se acalme Lestat! Não entendo, por que tanto medo?

Dovrefjeld-Therion_ 01:34:02reservadamente fala com Lestat de Lioncourt
eu comecei a acompanhar esse jogo d vcs no dia em q vc tinha sido abatido por ele...da historia dos personagens ñ sei nda...

Matthew M. Murdock 01:34:32sai da sala


Dovrefjeld-Therion_ 01:36:52reservadamente fala com Lestat de Lioncourt
quero dizer..eu nem imagino pq eles se odeiam tanto nem nda..tudo q eu sei é q o Ross venceu o Lestat e a partir dai vim acompanhando

Lestat de Lioncourt 01:39:39fala com Justicar Dr.Geller
☺ *Ele se esforça por falar e só consegue emitir gemidos dolorosos, engatinhando meio que sentado, tentando, desesperado, chegar à porta e fugir. Ele ainda vê a Besta em Geller, e não consegue evitar o horror que nem ter estado no Sheol, nem ter visto a forma bestial de Memnoch causaram com tanto vigor e ênfase. Ele está perto da porta, tentando, em vão, abri-la, mas nem consegue ficar de pé, mal se mantém de joelhos, quase arrancando a fechadura, sem, no entanto, conseguir. Geller nota que o toreador não viu em si mesmo a marca da Lágrima de Ísis.* .......bora........bora......*Quem o vira sempre belo, elegante, refinado, não suportaria o ver ali tão degradado, quase irreconhecível, nu, ferido, primitivo, desgrenhado. A razão parecendo desaparecida daqueles olhos violeta sempre cheios de fascínio e encantos inenarráveis* não...não..chegue.....não.....perto....



Há certo exagero nessa descrição do pânico de Lestat. Não, não é bem um exagero, mas, uma ausência de esclarecimentos que justificassem esse tom melodramático. Inseridos em um chat de rpg, não descrevemos certos fatos, não explicamos certas expressões como “A Besta”, porque, sem nos darmos conta, escrevemos primeiramente para os freqüentadores desse espaço virtual que, na maioria, quando assíduos, estão familiarizados com signos dos diversos tipos de sistemas.

“A Besta” é um termo para designar o mal extremo que toma conta de um vampiro quando ele perde o pouco controle racional, quando não mais doma a sede de sangue, nem a agressividade animal. Quando tomado pela Besta, o vampíro assume feições animalescas e se torna ainda mais forte e perigoso. O processo de metamorfose é nomeado “frenesi”, podendo ser detonado por fome, medo, raiva, dor e sofrimento.


Nas cenas deste jogo, Lestat, fraco e apavorado, porque Geller havia, pouco antes, sido tomado pela Besta, estuprando-o e espancando-o, esta à beira de um frenesi, a ponto de também se metamorfosear, perdendo controle e razão.


Pode-se perceber ainda um caráter folhetinesco nos jogos, pois há freqüentadores que entram nos chats apenas para acomapanharem as narrativas de outros, deleintando-se com a fábula que é

tecida .
Lestat de Lioncourt 01:40:38fala com Dovrefjeld-Therion_
☺ off- Geller sempre fora um perseguidor do Lestat, e esperara pacientemente até o dia de lhe pôr as mãos em cima, entende?

Dovrefjeld-Therion_ 01:41:38reservadamente fala com Lestat de Lioncourt
ahh, sei como é..ele é obsecado pelo Lestat???


Bettina v. Schaeffer 01:42:23entra na sala

Finalmente, a 1:42:23, ela chegava, para mais de nove horas de jogo e destino. Essas letrinhas aí acima, em cor de vinho, tecendo o nome seguido do exato segundo de entrada: “Bettina v.Schaeffer entra na sala – 01:42:23” compõem certamente uma das expressões mais importantes de toda a minha vida, porque, junto com a ficção, a vida pessoal de nós dois iria se metamorfoseando e assumindo novos roteiros, como se verá mais à frente. Enquanto Lestat se fragilizava, assustado com a Besta em Geller, o bicho assumia minha vida, sem haver motivos reais para medo, a não ser o de romper limites e aceitar as oferendas da existência. Mas, isto é papo para daqui a pouco...

Bettina v. Schaeffer 01:42:32
Off: Finalmenteeeeeeeeeee!!!!!!


Lestat de Lioncourt 01:42:48fala com Dovrefjeld-Therion_
☺ off- Não, Geller é um Justicar, o cargo mais alto da Camarilla, e Lestat um rebelde que contraria todas as leis e tradiçòes dos Vampiros, entende?

Bettina v. Schaeffer 01:43:15reservadamente fala com Lestat de Lioncourt
Off: Oi, Daniel! Pensava em jogar contigo... Se estiveres muito ocupado, volto lá pelas duas, duas e meia... O que achas?

Lestat de Lioncourt 01:43:34fala com Bettina v. Schaeffer
☺ off- Boa noite, linda! tudo bem? veio assistir o dia seguinte da derrota do Lestat para o Geller? hehehehehehe!



Dovrefjeld-Therion_ 01:43:51reservadamente fala com Lestat de Lioncourt
ahh, claro!!!agora, sim!!!legal vcs criarem um motivo original assim..geralmente qdo um personagem caça o outro sempre é um motivo banal tpo "vc matou meu pai" e tal..

Lestat de Lioncourt 01:44:17reservadamente fala com Bettina v. Schaeffer
☺ off- eu vou adorar, veja com o Geller se a Bettina pode se juntar a nós de algum modo, hehehehehe! Lestat se ferrou!!

Bettina v. Schaeffer 01:44:29fala com Lestat de Lioncourt
Off: Derrota? O.o

Justicar Dr.Geller 01:44:30fala com Lestat de Lioncourt
Está bem, Lestat. Não vou chegar. *Ele senta-se como o cavalheiro que é na cadeira em frente a ostensiva penteadeira, cruzando as pernas e os braços. A postura de sempre, respaldado. Ao obervar ali, aquela criatura que não consegue simplesmente girar a maçaneta, ele percebe que terá de intervir. Usa a mesma coisa que fez com Marcel para levá-lo uma segunda vez ao Templo de Bastet. Sua Presença toma uma forma agradável, acolhedora, amiga... um refúgio naquele lugar estranho e marcado pelo sofrimento de Lestat*

Lestat de Lioncourt 01:44:48fala com Dovrefjeld-Therion_
☺ off- Não, o nosso motivo, em parte, faz parte das regras de Vampire, hehehehehe!


Brandon 01:45:20
(AÉ GALERA DESCULPEM PELA MENSAGEM IDIOTA......MAS TODOS AQUI SABEM SEPARAR ON DE OFF NÉ???? NÃO VAMOS SER COMO AQUELES JOGADORES Q SE MATAM POR Q SEUS PERSONAGENS MORRERAM......RPG É DIVERSÃO!!!!!!!!!!!)

Alexys Krueger 01:45:55fala com Lestat de Lioncourt
off eu vim ver de perto a derrota do lestat


Alexys Krueger 01:46:24reservadamente fala com Lestat de Lioncourt
Ah sou o Petrus


Dovrefjeld-Therion_ 01:46:26reservadamente fala com Lestat de Lioncourt
ahh, hehheeheh eu ñ to mto habituado as regras de Vampire...eu comprei o livro e ainda ñ lí hehe só faz uma semana

Lestat de Lioncourt 01:48:30fala com Justicar Dr.Geller
☺ Ir..embora.......*Parece extremamente cansado, desiste de abrir a fechadura, ainda encolhido, abraçado a si mesmo. Sentado contra a porta. Os ferimentos físicos desapareceram, a beleza sensual retornou em tons róseos, apesar de ele estar sujo de sangue e sêmen* ir embora......*Fala com esforço e não confia naquela forma acolhedora, teria medo de sua própria sombra. Geller relê uma das inscriçòes hieroglíficas nas paredes: "Dê paz ao Guardião. A verdadeira paz do Guardião é a sua verdadeira Paz"*

Lestat de Lioncourt 01:48:52fala com Bettina v. Schaeffer
☺ off- ao menos temporariamente...hehehehehe! quer que eu conte ou Bettina descobre jgoando?

Lestat de Lioncourt 01:49:28fala com Alexys Krueger
☺ off- Hehehehehehehehehe! seja bem-vindo!

Lestat de Lioncourt 01:49:56fala com Dovrefjeld-Therion_
☺ off- devagar vc vai aprendendo, principalmente se jogar com os caras daqui...


Bettina v. Schaeffer 01:50:38reservadamente fala com Lestat de Lioncourt
Off: Melhor eu voltar depois, querido. Muita gente a te mandar msgs. O player do Geller tem um texto trabalhado e eu tenho o meu mais ou menos assim também. Ia te cansar imensamente e dissipar um pouco da tua atenção. Depois eu volto...



Angie sempre se mostrou uma player exigente, consciente das regras para uma boa elaboração da escrita. Impressionava-me a exatidão que a palavra assumia nos textos dela, feitos sempre de modo lento e paciente, atentando inclusive para a melhor sonoridade das frases, para o ritmo e a cadência. Espanta-me até hoje que ela abertamente afirme não gostar de poesia e de música. O que desde o início me chamou a atenção mesmo nos offs que ela escreve são a firmeza de propósitos, a clareza de idéias que se encarna tanto na construção das frases como na das personagens. Talvez houvesse um pouco de egocentrismo nesse pedido para jogar somente comigo. Entretanto, não era esse o único motivo, como o leitor já deve ter notado nas cenas que ela escreve.


Lestat de Lioncourt 01:51:53fala com Bettina v. Schaeffer
☺ off- vou esperar, estamos com saudade!

Justicar Dr.Geller 01:52:27fala com Lestat de Lioncourt
*"Paz"... porque a palavra "verdadeira" foi adicionada? Droga, sem Disciplinas! * Ele ergue-se, sem usar mais a Presença. Usa de toda sua expressão corporal para não parecer ameaçador.* Lestat... é paz que você quer? Ok, Lestat... eu te dou paz... *O que fazer para tirar Lestat adquele medo insano? Ross tenta aproximar-se dois passos, não mas. Quer ver que reação esboçará Lestat.*

Dovrefjeld-Therion_ 01:53:37reservadamente fala com Lestat de Lioncourt
pois eh!!!eu recém comecei a ler o Vampiro- A Mascara....nem entendi mto bem como é o mundo..

Ewan Crow 01:56:32fala com Justicar Dr.Geller
Pelo visto a coisa está feia por aqui.

Lestat de Lioncourt 01:57:36fala com Justicar Dr.Geller
☺ O que.....o....o...que....que...que...vc...vc... quer.....é.....é...de.....mim? * Se encolhe ainda mais, esconde o rosto, como se fosse um exímio contorcionista* Não chega perto, não chega, não chega perto...naum..naum......*Está tremendo o queixo e batendo os dentes. Pelo modo como falou, não sabe o que Geller deseja dele, se não, não perguntaria naquele tom "o que vc quer de mim?". Ah, Geller o devastara terrivelmente, e parece, os deuses haviam deixado a Geller uma tarefa árdua demais, como se estivessem lhe demonstrando agora o lado amargo de sua vitória. Lestat perdera, sim, perdera tudo, quase a vida também, perdera sua sanidade, certamente. E ele, Geller, o que ganhara? O símbolo perfeito de Ísis e suas sacerdotizas gravado a fogo, um fogo sagrado, no coração de seu inimigo derrotado*

Justicar Dr.Geller 01:57:38fala com Ewan Crow
(Off: por quê?)

Ewan Crow 01:58:09fala com Justicar Dr.Geller
(pra exigir a presença de um justicar)

Lestat de Lioncourt 01:58:19fala com Dovrefjeld-Therion_
☺ off- Eu acho melhor vc entender lendo e jogando ao mesmo tempo, hehehehehe!

Bettina v. Schaeffer 01:58:41reservadamente fala com Lestat de Lioncourt
Off: Vou nessa, então, Daniel. Até logo mais.


Bettina v. Schaeffer 01:59:06reservadamente fala com Lestat de Lioncourt
off: Beijocas e bom jogo. Livra o nosso Lestat dessa! =)

Bettina v. Schaeffer 01:59:09sai da sala

Dovrefjeld-Therion_ 01:59:11reservadamente fala com Lestat de Lioncourt
é..eu e meus amigos tavamos procurando alguém pra mestrar Vampire pra nós..mas a gente ñ acha..

Vicenzzo Giovanni 01:59:35fala com Lestat de Lioncourt
☺ off: ae marcel eh o Richard ..olha só ..se o Geller matar o Lestat deixa o meu Giovanni brincar com a alma dele hehehe

Lestat de Lioncourt 01:59:39fala com Bettina v. Schaeffer
☺ off- por favor, retorne, hein?


Lestat de Lioncourt 01:59:59fala com Dovrefjeld-Therion_
☺ off- mestrem vcs mesmo!

Lestat de Lioncourt 02:00:39fala com Vicenzzo Giovanni
☺ off- Se vc for bom o suficiente.....tudo é possível....o Geller levou três anos, hwhehhehehehe!


Dovrefjeld-Therion_ 02:01:05reservadamente fala com Lestat de Lioncourt
mas ninguém tem experiencia...


Lestat de Lioncourt 02:01:55fala com Dovrefjeld-Therion_
☺ off- oras, comecem sem experiência mesmo...


Justicar Dr.Geller 02:02:28fala com Lestat de Lioncourt
*Ross não ousa aproximar-se nem um único passo. Fica lai, distante dele cerca de cinco metros. Um vento frio sopra pela janela, levantando muito pouco as pesadas cortinas escuras, mas o suficiente para fazê-los, ambos, sentir um calafrio, a pele arrepiar. É exatamente, por coincidência, após essa brisa que Ross fala.* Eu quero que voc6e me diga tudo o que sabe sobre isso Lestat. Se é que está ao menos em condições de falar. *Ele aponta para a marca da Lágrima de Ísis que parecia ter sido marcada em brasa no peito de Lestat. Deta vez, Ross foi apenas sério e sem expressão, embora muitíssimo ansioso para obter alguma resposta. Mas não pode perder a compostura. Dois irracionais ali seria demais.*

Dovrefjeld-Therion_ 02:02:39reservadamente fala com Lestat de Lioncourt
não fica uma merda????

Lestat de Lioncourt 02:06:50fala com Justicar Dr.Geller
☺ ahn? ahn? *ele olha, somente agora, para a marca no tórax, surpreso, nitidamente surpreso. Geller pode ver o espanto nos grandes olhos violetas cheios de tensão* não quero, não quero.....*Lestat parece desejar arrancar a própria carne onde foi gravada a fogo a Lágrima de Ísis, e isso o enche de mais pânico ainda* Tira! Tira! manda tirar isso de mim, por favor, manda tirar, manda tirar, tira! tira!! *Sente verdadeiro horror ao ver a marca em seu corpo, e, ainda mais desesperado que antes, parece hesitar entre ficar ali encolhido, surtando, e se aproximar de Geller, arrastando-se, para lhe implorar que retire aquilo de seu tórax, o que seria totalmente impossível. Geller o vê aflito e indeciso, acuado, como se houvesse entre eles um campo de forças invisível*




Justicar Dr.Geller 02:11:47fala com Lestat de Lioncourt
Lestat, for God's sake, pare um minuto sequer para pensar!! *Geller o vê naquela indecisão, e também não sabe o que fazer! Ele achava que Lestat saberia, achava que Lestat era o possuidor da chave de todos os segredos, mas agora tudo recai sobre ele e Ross não sabe como lidar com isso.* Eu sei o que significa isso, mas você tem que me falar como essa marca foi parar aí! Nós precisamos nos ajudar, Lestat! *A voz de Ross, por mai que ele se esfoçe para mantê-la calma, adquire certo tom de emoção, que cresce conforme ele se vê incapaz de fazer qualquqer coisa que seja.*









Dovrefjeld-Therion_ 02:12:41reservadamente fala com Lestat de Lioncourt
..e o suspense aumenta...rs

A cena de Geller com a voz embargando, praticamente desistindo da ação sugere uma irritação do player dele. Muitos jogadores esperam cenas de ação, de luta corporal. Lestat é uma personagem atrevida e sarcástica na origem e os que contracenam com ele em rpg esperam um vampiro briguento e destemido. Preferi explorar-lhe a fragilidade, o medo, porque entrar nesse território sempre me foi mais instigante.

[Continua...]



quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Capítulo 2 - Sade e Masoch: primeiro encontro de Bettina e Lestat

Poucas noites depois, jogamos, e Angie conseguiu o feito de trazer Lestat ao jogo. Por mais que investigue em disquetes, cds e pendrives, parece não haver registros do primeiro encontro, mas, eu interpretava Marcel, interagindo com outros jogadores que interpretavam vampirinhos mais velhos. Em meio a carícias, na verdade, esses tentavam diablerizar Marcel. “Diablerie”, no francês, significa “diabrura”, “trapaça”. Em Vampiro – a máscara indica o fato de um vampiro se alimentar do sangue de outro, levando o segundo à morte.

Notando o que pretendiam fazer com Marcel, Bettina, usando o celular do menino, onde encontra o número de Lestat, telefona ao francês relatando o que estava prestes a acontecer. Pronto! Estava feito, era necessário trazer Lestat à cena, se eu desejasse uma estratégia lógica para salvar Marcel. Eu o trouxe, ele salvou Marcel, deve ter trocado algumas palavras com a alemã. Fora deixado um gancho para o próximo jogo.
Por esse tempo ainda não havíamos adquirido o hábito de realmente gravar todos os jogos. Escrevíamos pelo puro prazer de escrever, motivados pela paixão do jogo. E a maioria dos outros colegas de chat agia do mesmo modo. Imagino quantos arquivos, quanta criação, quanto esforço de pesquisa foram perdidos nessa era inaugural do RPG em chat.

O primeiro jogo quase inteiro que sobreviveu nos arquivos da Angie e nos meus é o que vem a seguir, mostrando um encontro do casal, sem Marcel, na Taverne de La Perdition ou Taverna Perdição. Esse era o nome do bar utilizado como cenário para a maioria das narrativas que aconteciam no chat do Terra quando comecei a jogar. Talvez fosse uma escolha antiga e nem mesmo players anteriores a mim se recordem de quem o usou pela primeira vez. Conforme fui me habituando àquele espaço (tanto o virtual e “cyber”, quanto o ficcional), afrancesei o termo e passei a grafar “Taverne de La Perdition”. Nunca houve um consenso quanto à localização geográfica do estabelecimento. Nas narrativas com meus parceiros diretos ficou, por um tempo, decidido que estava situada em um espaço mágico, atingindo em menos de meia hora do abrigo de nossos vampiros, estivessem eles em que cidade européia fosse e, muitas vezes, mesmo norte-americanas. Assim, tanto fazia se estavam em Berlim, Roma, Paris ou Londres, em vinte minutos de carro chegariam lá. Nos jogos mais recentes, para aqueles que interagem com Lestat, ficou definido que se trata mesmo de um local nos arredores de Londres.
É uma estalagem de arquitetura gótica do século treze, com um bar e biblioteca no térreo, mais quartos e suítes de aluguel fixo ou rotativo, no andar superior. Apesar da estrutura gótica e da iluminação a candeeiros, a Perdition possui energia elétrica e conexão à internet. Conta ainda com um excelente bar onde são preparados drinques e vendidas bebidas do mundo todo. Situada em um espaço rural, chega-se a ela por estradas quase desertas, arborizadas. Em frente à Taverne há um estacionamento aberto, sem calçamento, apenas o chão de pedrinhas britadas, sombreado por velhos carvalhos. Há um jardim com bancos e caramanchões de trepadeiras perfumadas. Rodeada por montanhas e florestas, a Taverne ainda oferece a beleza de um lago mais à frente, situado depois do jardim, em direção à floresta e à montanha.

Pois bem, naquela noite, quando Angie chegou, eu estava jogando com Diego Castaño, um amigo de São Paulo, que interpretava Stephens Thyke e John Thyke, sobrinho e tio, respectivamente um lobisomem e um vampiro.

Nos sistemas de RPG em que jogamos, os lobisomens são genericamente nomeados “garous”(pronuncia-se “garrus”, à francesa) e são inimigos dos vampiros porque estes são considerados degenerações da espécie humana à qual os garous ou lobos, Filhos de Gaia (O Espírito da Terra, a Deusa Mãe), se dedicam a proteger enquanto os homens também são filhos dessa Natureza.

Garous e vampiros se misturam aos humanos, inclusive nos usos da tecnologia como automóveis, por exemplo. Embora Lestat fosse um inimigo de Stephens, talvez por esse ser parente de outro vampiro (John), havia uma inimizade polida entre ambos, uma competição menos furiosa, mais adolescente. A amizade entre os players também poderia justificar essa polidez. Portanto, não me surpreende que nessa noite de 08 de janeiro de 2003, Lestat estivesse apostando um racha com Thyke e outros freqüentadores da Perdition. Por isso bateu o Porsche vermelho e estava empoeirado quando Bettina o encontrou no interior do bar.

O texto do chat foi salvo parcialmente por Angie. Começa de um ponto qualquer, sem aspecto de verdadeira cena inicial, como se verá mais tarde, em jogos transcritos por completo do ambiente das salas virtuais. Em meio à narrativa do encontro, há alguns “offs”. O termo em inglês significa, para os jogadores em chat, que é a pessoa real, o player quem está se pronunciando, indica uma espécie de making off ao vivo, como se, em uma peça teatral, os atores falassem entre si fora da máscara das personagens, para comentar atuações, dar sugestões uns aos outros, ou, simplesmente, para falar da vida, do cotidiano, divagar, tagarelar etc.

Copiado do ambiente de chat, o texto mantém algumas características originais como as entradas com cada nick name ou apelido, que, no caso do RPG, na maioria das vezes, indicam os nomes das personagens em cena. Os asteriscos marcam as falas dos narradores, as vozes que contam a história. Fora deles, sem eles, apresentam-se os diálogos, as falas dos seres ficcionais. Embora alguns players façam outras escolhas, como aspas em vez de asteriscos.
Entre Angie e eu a palavra “off” iniciando uma mensagem aponta para fora do jogo, para nós, os seres não ficcionais. Houve situações, como se verá a seguir, em que a utilizamos no final de uma mensagem. Alguns colegas preferem o uso dos colchetes ou parênteses para abrir e fechar mensagens desse tipo. E, no decorrer dos anos, alguns passam a não usar sinal algum para indicar o jogo como “on” e a vida real como “off”. Nesses casos, a leitura da mensagem determinará seu caráter ficcional ou não.
Bettina v. Schaeffer 03:07:59fala com Lestat de Lioncourt
*Vira-se para ele como que se surpreendida. Tem os lábios entreabertos. Sorri, a princípio. Mas logo recolhe o sorriso. Não que este morra, mas torna-se mais discreto. Sempre as malditas crianças! Mantém o meio-sorriso e faz-se de hospitaleira* Ora, por favor... *com um gesto amplo, mostra as cadeiras à sua frente, vazias. Olha Lestat. Reconhece-o empoeirado.* Hummm... sua elegância para roupas faz um belo contraste com essa... *pega alguma poeira que se acumula no ombro do homem* poeira, huh? *põe-se a rir de modo agradável.*

Lestat de Lioncourt 03:08:23reservadamente fala com Bettina v. Schaeffer
☺ *As palavras, algumas riscadas e inteligíveis, falam de amor é ódio. Não há certeza nessa leitura caótica. Mas Bettina Schaeffer gostaria de ver esse papel, certamente. Os versos ou fragmentos de diário falam de Lestat dominado por ela, preso e maltratado de algum modo que ele não consegue se libertar, numa tortura sensual e dolorosa, sádica e voluptuosa. Parece ser o relato de um sonho* off- eis!

Bettina v. Schaeffer 03:09:40fala com Lestat de Lioncourt
Off: Yeap... Eu cheguei a ler essa. Dica de jogo, pois...

Lestat de Lioncourt 03:10:05fala com Bettina v. Schaeffer
☺ Desculpe.....*sentando-se, o blazer desvestido,sobre o ombro esquerdo jogado, Lestat o ajeita na cadeira, no espaldar* eu...eu...estava brincando....com velhos....inimigos, Bettina...*Sorri, morde os lábios* estou pouco apresentável, excusez-moi!

Lestat de Lioncourt 03:11:05fala com Bettina v. Schaeffer
☺ off- Eu acho que vc deve fazer que ela recebeu esse papel encontrado em Axel, hehehehehe!

Bettina v. Schaeffer 03:13:37fala com Lestat de Lioncourt
*Apressa-se em terminar o longo gole na Erdinger e pousa-a na mesa, causando certo ruído. Engole-a com cara de riso. Ah... franceses! Sempre ligando para coisas como a apresentação pessoal! Ri gostosamente.* Ah... que nada, querido! *ri-se novamnte, acariciando com as costas dos dedos o rosto de Lestat* Um certo ar... menos arrumado, mais... rebelde *e ela escolhera esta palavra com cuidado. Rebeldes, afinal, eram os que mereciam castigos!* é bastante interessante... mon cher... *novamente, como um gracejo agradável, ela tentava falar o pouco da língua natal do vampiro. O sotaque alemão era fortíssimo. Mas ao contrário de fazê-la parecer macarrônica, conferia-lhe um certo charme, uma idéia de olhar de estrangeiro, o olhar de fora, o olhar que melhor vê.*

Lestat de Lioncourt 03:17:13fala com Bettina v. Schaeffer
☺ *Lestat notara o charme desse sotaque, e, eternamente um estrangeiro onde quer que estivesse, aprecia o encanto desse sotaque que parece dotado de uma força primitiva* Ah, Bettina, pensei que vc não apreciasse de modo algum a rebeldia, hahahahahahaha!! *Ergue as duas sobrancelhas ao terminar a frase, segurando a mão da moça quando esta lhe tocara o rosto* Juro, acreditei totalmente que Tremeres e alemães fossem avessos à rebeldia, mas....devo....devo..ter me equivocado, não? *Há um certo desafio nas palavras do toreador
[1] proscrito*

Lestat de Lioncourt 03:18:19fala com Bettina v. Schaeffer
☺ off- o tempo é todo seu! vc decide seu jogo, hahahaha!

Bettina v. Schaeffer 03:22:31fala com Lestat de Lioncourt
*Sorri por um instante, dando-se ao prazer de outro longo gole na cerveja. Depois, chega-se um pouco mais para perto dele, como que para segredar-lhe algo, o que, de fato o faz.* Meu querido... Deixa-me dizer-te uma coisa... Há alemães e alemães... Tremeres e Tremeres, compreendes? Nada é absoluto. O absoluto é enfadonho e cansa. E... *aproxima a mão do braço dele e puxa a manga do terno, abrindo também o punho da camisa... Puxa ambas um pouco mais para cima, fincando, a seguir, as unhas afiadas no meio do antebraço de Lestat, inserindo a ponta delas na carne do homem, fazendo-o sangrar* na rebeldia, por vezes, pode-se encontrar muitos divertimentos diferentes... *afasta-se e tira as unhas da carne do moço, deixando lá quatro meia-luas ensangüentadas. Volta a beber e olha-o de modo significativo.* Para todos que participam da brincadeira... Entendes? *sorri, entre divertida e maléfica.*

Lestat de Lioncourt 03:27:40fala com Bettina v. Schaeffer
☺ *engole em seco, atônito, pego de surpresa, levando algum tempo para decidir a ação; não pode evitar os arrepios visíveis nos pêlos raros do braço louro bronzeado, sim, bronzeado!. Mas, logo se recompõe, embora veja o sangue escorrer em sua carne, marcada pelas unhas da moça* Sim, minha cara....*lambendo o próprio braço, como se estivesse felando alguém* nada é absoluto, evidentemente!! e, quanto a brincadeiras....*agora ele se aproxima mais, e segura o queixo de Bettina, sem apertar, suavemente, mas, os olhos, ah, aqueles olhos violetas, plenos de passado e mistérios* ninguém adora brincar mais que eu!! devo confessar-me o "Homo ludens", por natureza!!! *Ela pode sentir a força dele no olhar, nenhum gesto, apenas a cintilância das íris*

Bettina v. Schaeffer 03:35:38fala com Lestat de Lioncourt
*Mantém os olhos nos dele. Não! Fita diretamente, pelas íris transparentes, as pupilas do francês. Não sorri. Fala bem a sério, mas com olhos que convidam e desafiam.* E... meu querido... *ela apenas sussurrava. Tão baixo que mal se lhe ouviria Lestat se não usasse sentidos aguçados.* Os alemães não são tão sérios... *detém-se por instantes.* Mas a outra fama que têm... a de..."saber brincar"... *toca-lhe o braço ferido de leve* é inteiramente verdadeira, eu te posso assegurar... *levanta uma sobrancelha* mas de maneira diferente... Cada brincadeira tem seu tempo... sua finalidade... lúdica, simplesmente, ou como foi em eras passadas... *As mechas de cabelos negros da mulher lembravam chicotes com a súbita rajada de vento forte que entrara pela porta, aberta com rudeza por um freqüentador qualquer do lugar. Uma mistura de Medusa e mulher. Mas cujo olhar não petrificava. Ao contrário, convidava. Cujos cabelos não eram serpentes, mas vergastas.*

Lestat de Lioncourt 03:40:19fala com Bettina v. Schaeffer
☺ É mesmo? será que brincam melhor que os franceses, Bettina? *Ele fala muito de perto, o nariz arrebitado quase tocando o dela, o rosto sendo "vergastado" pelos cabelos negros que o vento move* Haveria alguma brincadeira que eu desconheça? e que uma mocinha como vc poderia ensinar-me, ahn? *Novamente ele se arrepia, pelo simples toque da mão de Bettina no braço que ele mantém ferido ainda, pois poderia tê-lo ciacatrizado ao lambê-lo* Vc seria uma boa pedagoga para um francês digamos.....um pouco...rebelde? *ele se sabe totalmente rebelde, iconoclasta, amoral, pervertido e zombeteiro, fora da ordem, fora da lei, marginal, e até eestá de acordo com o protótipo, assim empoeirado pelo racha que fizera antes de Bettina chegar*

Bettina v. Schaeffer 03:48:04fala com Lestat de Lioncourt
*Beija-lhe o rosto como uma mãe beija o de um menino. Sorri, em seguida.* Sei que de nós, a "menina" sou eu. Sei que contas muito mais tempo que eu... Deves ter todas as experiências que eu não tive... Mas não me importo. O pouco que tive ensinou-me muito... *ri-se brevemente* Se leste Venus em Pele, sabes bem do que gostas... Creio mesmo que tu o tenhas lido um milhão de vezes nesses muitos séculos, meu querido... E que o que ali é descrito provocou a ti arrepios muito maiores do que minhas unhas to fizeram há pouco... *Sorri por um instante, sem nada dizer. O livro de Sacher Masoch era, por assim dizer, o manifesto do masoquismo pleiteado pelos russos como "prata da casa".* Já eu, querido, deliciei-me com outras vivências, outras leituras, outros aprendizados... Li muitas vezes toda a obra de um compatriota teu... ahn... *faz-se de esquecida de modo caricato, quase* Ahn... um certo nobre que viveu tempos na Bastilha... um que morreu no hospício mas que, ao invés de garotinhos, como tu, preferia as garotinhas... Além de outros hábitos que são preferidos... *sorri com os olhos de um gato* por mim... *referia-se, claramente sabia Lestat, ao infame marquês. Ao Marquês de Sade.*

Lestat de Lioncourt 03:53:38fala com Bettina v. Schaeffer
☺ Hahahahahahahahahahahahha!!! Os bons e velhos Masoch e Sade!! hahahahahaha! O mundo é sempre repetitivo, sempre elegendo os mesmos adoráveis monstros, Bettina!!! Mas.....tem razão, eles...eles......eram dos mais.....entendidos no assunto! *Quando ela dissera que a "menina"era ela, o irritara um pouco, quando lembrara a predileção dele pelos "meninos", complementara a irritação de modo bastante eficaz* Adoro literatura, Bettina, tanto que eu mesmo escrevo minha biografia....além de ter sido poeta de rock, por algum tempo, se vc está lembrada....*Quem não estaria, sendo um cainita, de todas essas brilhantes quebras da máscara que ele fazia uma mortal assinar?.* Mas.....garanto-lhe, petite fille [menininha], a vida real é sempre mais saborosa e eficiente....mesmo nos terrenos dos velhos bufões que são Sade e Masoch, hahahahahaha!!! *Finge não ter ouvido-a falando de seus arrepios*

Bettina v. Schaeffer 04:02:33fala com Lestat de Lioncourt
Ora, eu sei... *bebe a cerveja, novamente e pousa-a sem pressa, olhando a tulipa que ia pela metade.* Eu sei! Práxis, meu caro francês! *ri-se* Se um de teu povo desenvolveu o que EU gosto *ela reforça o "eu" com um sorriso e uma entonação diversa*, outro do meu povo criou um conceito com o qual coaduno... Práxis, meu caro... práxis... *ri-se de sua academicice* De que adianta a teoria, de que adiantam os pais desses assuntos tão interessantes, se não pomos em prática suas teorias? *ri-se novametne. "Teorias". Como se Masoch e Sade escrevessem sobre... teorias!* Desenvolvi-me na... ciência... *ri-se de novo, gostosamente* como todo bom Tremere... Tenho meus objetos de pesquisa, tenho... *por pouco não lhe saía dos lábios a palavra "escravos", que é o termo com o qual a dominatrix designa seus - literalmetne - torturados companheiros de "folguedos".* amigos... Alguns... *finge um pesar ao qual propositalmetne deixa claro ser pura atuação* já se foram... *olha-o com olhinhos muito agudos e ri-se, deixando claro que no desenrolar das "brincadeiras", por vezes, havia morte.* E... gosto do teu riso... *olhava-lhe a boca aberta, enquanto ele ria... Imaginava-a com uma mordaça de bola, à qual, se apertada muito fortemetne junto com outros instrumentos, mataria um humano. Mas não um vampiro. Não o poderoso Lestat* Mas... é sem elas, é com outra expressão, mon coeur, que te sobrevêm os ditos... arrepios... *bebe cerveja* que precisam de... *ri-se, marota* práxis para serem conseguidos...

Lestat de Lioncourt 04:03:39fala com Filho de Lilith
☺ *tlp* garoto, hoje, Lady Schaeffer me subjuga, domina, escraviza! Este é um momento raro, pois as mulheres não têm, normalmente, este poder sobre mim! preciso aproveitar, temo que não dure, e ela se perca, portanto, deixe-me por agora! quero ver até onde ela pode chegar...

Lestat de Lioncourt 04:10:07fala com Bettina v. Schaeffer
☺ Hum.......*Longo silêncio, atenta observação, como se ela fosse uma catedrática de Universidade Medieval, e ele, um jovem calouro, no primeiro dia de aula* é mesmo? e.....desculpe-me perguntar, mas....quanta ...."práxis"....*imitando-lhe o sotaque* é necessária para que me sobrevenham os ditos....."arrepios", lady? *Desafiando-a, vendo-lhe na mente [se não houver impedimento, se não, seriam imaginação dele, apenas] quadros vivos dos folguedos em que ela, soberana, reina como dominatrix* ah, e, vale tão pouco assim, enquanto.... "pesquisa"... o meu sorriso? vale apenas esses tais..."frissons"["arrepios"]? *Ele tenta ficar parecendo contido, normal, mas, pela camisa transparente de seda fininha, branca, ela lhe vê os mamilos excitados que ele não vê, embora se sinta todo como eles*

Bettina v. Schaeffer 04:19:46fala com Lestat de Lioncourt
*Suspira, feliz, dona de si, com um sorriso vitorioso, embora, reconhecessse, aquela batalha toda era uma a ser ganha por dois. Cada um a seu jeito, cada um tendo sua preferência brindada. Cada um dos dois tendo, enfim, sua própria perversão, como chamariam os preconceituosos, complementada pela do outro e juntos chegariam ao prazer mórbido e doloroso. Cada qual com seu aspecto dessa mesma moeda chamada SM.* Para mim, querido... Nem é preciso tanto... embora tenha o meu... "instrumental"... seja vasto... *ele, se ainda "ligado" à mente dela, podia agora ver com nitidez vários tipos de chicote para açoite desde o mais leve, para genitais, ao mais pesado, usado nas espádulas.* gosto de usar também... coisas que estão fora da "teoria"... coisas ordinárias, que se encontram normalmente em uma casa... *ele, se ainda quer, vê escovas de cabelo com bojo largo, colheres de pau e até cabos de vassouras, além de velas de diversos diâmetros* É especialmente interessante para causar, como dizes..."frissons", mon cher, usar esse tipo de coisa... Provoca os arrepios... e depois, novamente, ao serem usados diariamente... só pelas lembranças de seu uso, uma noite, em determinada situação... *sorria com uma tranqüilidade que contrastava com os gritos que já ouvira inúmeras vezes. Não à toa, havia, por muitas vezes, ganho títulos como dominatrix em espécies de torneios, com exibição para o seleto público interessando. Suas capacidades e habilidades eram inquestionáveis na "arte" de proporcionar dor. E ela era muito segura disso!*

Lestat de Lioncourt 04:26:11fala com Bettina v. Schaeffer
☺ *Lestat conhecera muitos humanos e humanas envolvidos com os deleites e sofrimentos SM, mas, era a primeira vez que uma cainita, e tão bela, demonstrava ser exímia na arte a que ele não fora submetido. Se ele lhe percebia a alta capacidade, na mente, ela podia ver que, finalmente, alguém encontrara uma área do prazer em que o grande Lestat de Lioncourt era, absolutamente, ignorante, inocente, apesar de todas as suas perversas conquistas sexuais e amorosas. Calado, ele a olha fascinado, simplesmente fascinado. Algo o surpreendera como há séculos, e lhe aguçara a curiosidade, fazendo os olhos violetas nem piscarem, olhando-a estarrecido* Por Deus! Vc é mesmo uma Tremere, Bettina? *A voz dele revelava empolgação, e algum temor, e, apesar disto, o temor não negava o desejo de aventura. Estava, ou parecia estar, nas mãos dela* Mas.....ainda bem, somos amigos, não? *por algum motivo ele imaginara que ela só usaria seus métodos com inimigos*

Lestat de Lioncourt 04:28:51fala com Filho de Lilith
☺ *Por longos momentos, Lestat parece ausente, envolto em fascínio e abismo perigoso, indecifrável, delicioso, tigre atraído pela domadora*

Bettina v. Schaeffer 04:39:33fala com Lestat de Lioncourt
*Ela sorri, ainda. Mantém-se calada por um tempo e bebe cerveja fitando os olhos que denunciavam o estarrecimento de Lestat.* Ora, ora, meu querido... Ninguém nasce dominando. Dominar é uma arte, mein Liebling! São necessárias tentativa e erro para isso. Tenho toda a minha não-vida para aperfeiçoar-me e tenho feito isso. *silencia-se e continua com um sorrisinho de canto. Notava quão surpreso ele estava. Suspira, meio preguiçosa, e joga os cabelos para trás como se estivesse a falar algo banal, comezinho.* Meu bem, e como isso depende de aprendizado... já viste alguém que goste mais de aprender que os Tremere? Ou achas que ia passar minha eternidade aprendendo somente sobre música, arte e magia? *sorri com uma tranqüilidade quase de santa.* Aprendi tudo isso e como ainda queria aprender mais e sobre coisas diferentes, fui me interessando por esse outro, digamos, ramo do conhecimento. *dá umas risadinhas da própria solução de compromisso que usara para não precisar diser sobre bondage, dominação, sadismo e masoquismo.* Quanto a sermos amigos... *representa uma carinha de pena e apõe o antebraço no ombro dele, deixndo a mão pender suspensa* Ohhhh... que pena... uma verdadeira pena que sejamos só amigos... *enfatizara o "só".* Mas ainda assim, mesmo sendo amigos, posso te apresentar a outros boooons amigos meus, que costumo levar sempre comigo a Haia (onde há uma convenção anual internacional de BDSM)... (cont)

Bettina v. Schaeffer 04:40:24fala com Lestat de Lioncourt
(cont) *sorri e agora sussura com um jeito entre sapeca e malicioso* chamam-se flogs (açoites), cainings (varas para espancamento), whips (chicotes) e paddles (espécies de raquetes para espancamento)... além de tantos outros amiguinhos que eu adorariiiiiiiia te apresentar, mon cher... *continuava com o mesmo sorriso, mas em seus olhos era nítida a satisfação ao falar nos objetos de dominação e açoitamento.* Costumo exatamente apresentá-los a amigos! *pisca duas vezes e faz uma carinha divertida* não é uma coincidência, querido? *ri-se enquanto vai levando a tulipa aos lábios e não tira os olhos dos dele*

Lestat de Lioncourt 04:46:41fala com Bettina v. Schaeffer
☺ Ah, Bettina, vc me conhece mesmo muito mal, mon ange!!! Está para nascer quem vai me dominar a sério, algo como...um inimigo o faria, entende? agora, imagine se vou me submeter a uma tortura e a uma dominação por livre e espontânea vontade? hahahahahahaha!!! deve haver em vc alguma coisa de malkaviana, minha amiga!! Imagine? eu, Lestat de Lioncourt QUERER sofrer? *ele deixa claro que entendera melhor do que deveria as insinuações dela e elas o teriam enfurecido, pois ele cruzara os braços contra o tórax, afastando-se bem para trás, na cadeira, inclusive, fazendo a cadeira empinar-se apoiada só nos pés traseiros* Bettina, sexo deve ser prazeroso, minha cara! e, para que o seja, violência é algo totalmente dispensável! *Ele bem se recorda, neste momento, que, certa vez, os capangas do infernal Bruce Willians Rose o estupraram e espancaram em público, na taverna, e que, Yago, um Presas de Prata, fotografara a cena, espalhando cartazes pela Taverna [houve mesmo este jogo, hahahahahah!!], e, todavia, ele luta para esconder a maior dor daquela noite: ele gozara ao ser violentado. De fato, Lestat não deseja admitir mais perversões do que já tem*

Bettina v. Schaeffer 05:01:33fala com Lestat de Lioncourt
*Tem ainda o mesmo ar de tranqüilidade. A recusa extremada de Lestat acabara de lhe dar toda a certeza de que precisava. Ela gargalha, lutando apra conter-se e poder falar. Nos olhos, surgem lágrimas sangüíneas, devido ao riso tão forte.* Ah, sim, sim, Lestat. Claro, claro... *ri-se mais* "O sexo deve ser prazeroso e imagine se eu vou me subneter a uma tortura e a uma dominação por livre e espontânea vontade"... *ela imitara o jeito dele falar. O sotaque alemão quase sumira.. Ri-se novamente.* Lestat, meu querido Lestat... Logo se vê que os séculos que tiveste não te ensinaram nada sobre isso, embora eu note teu gosto, ainda que sufocado, por esse tipo de... "coisa malkaviana" minha! *suspira e contém o riso com êxito* Mon cher, não é necessário que haja sexo. A adrenalina, por si, já dá prazer e ela tem seu poder potencializado por esse tipo de atividade. Sexo, nisso, é opcional, embora eu ache que sempre se deva explorar todas as possibilidades... *bebe e volta a olhá-lo* A permissão? Ela é fácil de ser conseguida, querido... E só vale para o começo. Depois, quem manda, decide. *mordisca o lábio com visível prazer* Lestat de Lioncourt não quer sofrer? Nem um pouquinho? Ah, sim... mas em suas brincadeirinhas com Marcel, naquela noite em que nos conhecemos, meu bem, usaste algumas das práticas que esses "anormais" que querem sofrer e os que gostam de fazê-los sofrer usam em seus jogos. Usaste feminilização do menino... Peruca negra... tu o chamavas pelo meu nome... (cont)

Bettina v. Schaeffer 05:01:48fala com Lestat de Lioncourt
(cont) E, garanto, amas tanto aquele menino, mas tanto, que de boa vontade, em uma noite qualquer tu gostarias de te colocar no lugar dele. Senão para sentir o que ele sente, para por momentos ser o que ele é... Não haveria problemas... *ela o olha com ares compreensivos* Infantilização é outro joguinho que fazemos, meu amor... *sorri. Lestat realmetne não conhecia nada sobre BDSM e caíra na armadilha de todo curioso que é louco para participar desses jogos sempre cai. À moda do alcóolico que aceita um desafio para beber controladamente um drink por noite e acaba por uma noite beber dez e nas dez seguintes não beber nada, só para PROVAR a quem lhe propôs o trato que não é alcoólico, Lestat caíra na armadilha de Bettina ao ouvir os nomes dos objetos, ao ver em sua mente as práticas.* Não há pressa, mon ange... *suspira e sorri.* Temos toda a etenidade para que o grande Lestat de Lioncourt reconheça para si mesmo que quer, sim, fazer parte de um joguinho desses. E... por vontade própria... para o próprio prazer! *ela se levanta, termina a cerveja e abaixa-se até ele, dando-lhe uma lambida molhada com gosto de Erdinger e forte cheiro de cevada nos lábios, como um desafio felino. Os olhos brilhavam intensamente, como nunca antes.* Agora eu me vou, querido... E deixo-te com teus pensamentos e vontades desencontradas do discurso... *ri-se, vira-se de costas e segue apra a saída, perdendo-se na noite.*

Lestat de Lioncourt 05:09:34fala com Bettina v. Schaeffer
☺ Nunca, jamais, jamais, Bettina, vc fala um monte de bobagens, sua insana! Insana toda a tua raça, Bettina, insana!!! Eu não feri Marcel, ele não sentiu dor, era tudo uma brincadeira, encenação, nada a ver com mutilar, espancar, chicotear, nada a ver!!! Vc está me desafiando, Tremere, apenas isso! Vc está, como sempre, em busca de poderes, infinitos poderes, como todo teu maldito clã, Bettina!!! *Se ela queria despertar a fúria dele, ela conseguira com perfeição. Ele se levantara, furioso, atrás dela, indo ao estacionamento, onde, se recorda agora, batera o porsche vermelho contra uma Blazer* Ah, que decepção, Bettina! que decepção!! vc é ainda pior que as mulheres humanas!! muito pior! deselegante!!! Jamais! está ouvindo? jamais vou me submeter a esses jogos de tortura! eu nada tenho de malkavian, ma chérie, nada!!! *ele chuta o Porsche, repete os chutes, furioso, se descabelando ainda mais* Jamais, Bettina! Bom...o que esperar de uma nazista? merde!!! merde!! *chutando a lataria amassada do belo Porsche vermelho*

Lestat de Lioncourt 05:11:59fala com Bettina v. Schaeffer
☺ off- Hahahahahahahahahaha! ela simplesmente mexeu com os brios de Lestat, hahahahahaha!

Lestat de Lioncourt 05:13:56fala com Frederik
☺ *os gritos de Lestat, os chutes, podem ser ouvidos do estacionamento. Aquela mulher o fizera perder a pose, como um humano qualquer*

Lestat de Lioncourt 05:16:26fala com Richard A. Rouser
☺ *O Toreador francês se sentira insultado pela Tremere alemã. E, para piorar, ao pegar o carro, esquecera que o havia batido numa Blazer, ao voltar de um racha, ali mesmo no estacionamento*

Bettina v. Schaeffer 05:16:57fala com Lestat de Lioncourt
*Já perto do próprio Porsche prateado, ela o olha com cara divertida. Vê seu descontrole e sorri. Entra no carro e dá uma volta para passar perto dele e de seu carro batido. Quando se acerca o bastante dele, diz em voz sibilante, sensual.* Ficas lindo gritando assim... e mais ainda, com esse modo afetados dos franceses dizerem Scheisse (merda)! *ri-se, maliciosa e encantadora* Os Malkavianos, meu querido francês, são visionários, como sabes... Talvez essa "Tremere Malkaviana" tenha te mostrado uma visão do teu futuro... Algo que queres há séculos, talvez, mas que ainda não veio à tona... E achas que não machucaste jamais Marcel? *ri-se e olha-o em seguida placidametne* Está bem... Acredito... Hoje serei eu a fazer tua vontade... Um dia, meu bem, serás tu a fazer a minha... *ri-se novamente e acelera, indo embora. Não perdera de mente o "deselegante", do qual ele a xingara. Balança a cabeça negativamente, rindo-se. "Franceses e sua elegância, alemães e sua praticidade...", diz ela para si mesma enquanto Wagner tocava às alturas dentro do veículo que sumia nas estradas molhadas da cidade.*

Lestat de Lioncourt 05:18:38fala com Bettina v. Schaeffer
☺ *Ele xingara mais uma vez, quando ela passara pelo porsche* vá à meeerddaaaaaaa, nazistaaaaaaaaa!!! off- hahahahahahahaha! player, vc é maravilhosa, maravilhosa!

Bettina v. Schaeffer 05:17:30fala com Lestat de Lioncourt
Off: Mexer com os brios de alguém é o que ela mais aprecia... *rs

Richard A. Rouser 05:18:51fala com Bettina v. Schaeffer
☺ *nda até lestat , tlp* tu invergonhas teu clã .........tu invergonhas teu senhor tu invergonhas a mim justicar protetor ...guardião dos tremere!!!!!!!!

Lestat de Lioncourt 05:19:22fala com Bettina v. Schaeffer
☺ off- Putz, eu esperava isso do player do Geller, e ele não deu conta, parabéns! finalmente alguém que entende o Lestat, hahahahahaha!

Lestat de Lioncourt 05:20:20fala com Richard A. Rouser
☺ Richard, vc imagina isso? eu? eu, Lestat de Lioncourt, ridicularizado por uma ..uma....alemãzinha Tremere? *furioso, esmurrando o carro ainda*

Bettina v. Schaeffer 05:20:29fala com Lestat de Lioncourt
Off: Eu me diverti muito com esse jogo! *rs Imaginei as cenas e ri com cada uma delas! *garg*

Lestat de Lioncourt 05:21:22fala com Bettina v. Schaeffer
☺ off- hahahahahahaha! e eu também, puxa, é um saco ver que ninguém, em 3 anos, descobriu o único modo de detonar o Lestat, hehehehehe! só vc, parabéns, e vá dormir!

Lestat de Lioncourt 05:32:34fala com Richard A. Rouser
☺ naum, deixe-a!! off- deixe mesmo, eu espero uma player como ela faz 3 anos, hehehehehe!

Dominação e epifania

De fato, Angie conseguira desvendar a alma obscura de Lestat. Não sei se apenas do meu. Acredito que nos livros da Anne Rice ele também provoque tanto as demais personagens para que o domem, lhe devastem a alma e o corpo. A própria autora o levou a extremos de ser cortejado e raptado por Deus e pelo Diabo, sem nunca enveredar pelas trilhas do BDSM.

Eu mesmo não havia até então pensado nitidamente nessas veredas a que Bettina e Angie o levariam. Só sei dizer que essa noite foi uma epifania, um momento em que algo muito especial se manifestava, em que a percepção da natureza e do significado essencial dos jogos me era dada, a princípio mediante a apreensão intuitiva de uma outra realidade ou de novas maneiras de vivenciar o que chamamos realidade. Era vivenciada uma grande descoberta de novos modos de interpretar e perceber minha persona[2], deixando rastros muito intensos em minha vida pessoal conforme os jogos evoluíssem.

Relendo milhares de páginas de jogos, em um período que vai de 2003 a 2008, fica difícil selecionar as amostras que melhor dariam conta desta saga que envolve Lestat, Bettina e outras personas criadas e interpretadas por Angie e outros parceiros nossos, envolvendo ainda nossos seres sociais, históricos, psicológicos e individuais. São diversos fios narrativos que se emaranham compondo um traçado de beleza estonteante, capaz de atingir corações e mentes, em uma descompromissada harmonia que resulta do choque.

Neste trabalho de garimpagem, sou acometido pelo transtorno, o desejo de publicar tudo, absolutamente tudo, os mais de 1.700 arquivos em que o nome “Bettina” aparece. Antes de começar a escrever, acreditei que ler os arquivos por completo, resolvendo se eram péssimos, medianos ou excelentes, escolhendo só estes últimos resolveria a questão do método. Sinto-me, entretanto, ainda sem um critério de seleção, porque a paixão pelos jogos – mas não só por eles – me torna adolescente outra vez, e tudo se reveste de importância desmedida.

Provisoriamente resolvo continuar lendo toneladas de arquivos. Narrarei feitos importantes, guiando-me por trechos de impacto. Aquilo que não for exorbitante em beleza ou estranhamento será deixado para trás, entrando nestas páginas somente o que, Leitor, a você oferecer o extrato venenoso do RPG.

[1] Ok! Ok! Tremres, Ventrues, Toreador? O leitor não habituado ao universo errepegístico deve estar se perguntando o que esses nomes indicam. É hora de esclarecer. Vampiros são classificados de acordo com os clãs a que pertencem. Toreador é um deles. Para saber mais, ver wikipedia.

[2] Entre os errepegistas é comum usar os termos “persona”, “char” e “on” em vez de “personagem”.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

LIVRO I - BETTINA VON SCHAEFFER

Capítulo 1
Bettina von Schaeffer
Prelúdio[1]

*Acorda de repente. Sequer se mexe. Os grandes olhos negros são abertos de repente, meio arregalados. Olha em volta. Nenhum som. Como sempre, o apartamento imenso em um bairro nobre e afastado da cidade estava silente. Melhor assim. O carrilhão da sala só agora toca. Seis badaladas. A noite cai lá fora e as pessoas correm, apressadas, para suas casas. Um início de tempestade de neve se anunciava. As nevascas andavam particularmente intensas naquele inverno. Bettina levanta-se só depois de alguns minutos imóvel em sua larga e cômoda cama com colunas de carvalho esculpido. Segue devagar para o banheiro.*

*Banha-se sem pressa. Para quê pressa, afinal? Lava-se e deixa-se descansar de um cansaço secular que a envolve e angustia. O peso da não-vida começava a lhe parecer demasiado. Não tinha nostalgias de sua vida mortal. Não as tinha de nada! A vida mortal lhe parecia estúpida e a não-vida, inútil. O mundo era estúpido e decadente, sujo, marginal. O rosto não se contraía, sequer. Emoções? Para que tê-las? Ódio e amor, desprezo e zelo... Tudo era, no fundo, a mesma coisa. Tudo perda de tempo. Agora ela ri.*

*Tempo... Noção mais mutável! Pelas eras que viveu, sempre teve significados sociais mutantes. Tempo. Agora era o tempo da produção, tempo do tempo a não se perder. Todos uns parvos! O tempo era o mesmo, as pessoas também. As eras é que mudavam... para pior! A sujeira e a falta completa de escrúpulos tomara o mundo incidiosamente e agora todos respiravam essa atmosfera pútrida como se fosse a única possível. E ela? Que papel tinha nesse mundo? Nenhum! Ninguém tem realmente nenhum. Maldita eternidade! Maldito mundo!*

*A água tépida não lhe incomodava. Fria como ela, fria como sua pele, fria como seu interior insondável. A espuma, sim, lhe agradava. Isso era o que gostava nos banhos de imersão... Perdia-se em pensamentos olhando as bolhas de sabão e, sem notar, deixava aí exposta às paredes sua contradição de mulher. Nào tinha mais esperanças ou sequer sentimentos, mas as simples bolhas de sabão ainda a encantavam como encantam às crianças... Uma esperança de salvação para a alma pardacenta, negra? Não. Apenas uma veleidade a que ainda se dava o direito. Para ela já não mais havia salvação. Chafurdava na perdição, na corrupção, na angústia e na dor... E gostava disso!*

*Se se lembrava da humanidade, ou mesmo de que um dia fora humana, sempre o fazia com esgar. Envergonhava-se na verdade, de um dia ter sido humana, de ter acreditado nas pessoas ou mesmo na salvação delas e de si própria. Tolices às quais se cresce ouvindo e às quais a hipócrita Igreja apregoa em seus catecismos e sermões dominicais. Quanta estupidez! Quanto desperdício! Salvação? Talvez a morte em massa fosse a melhor delas. Talvez a peste, a fome, a dor física e psicológica. Só pelo sofrimento real, afinal, se é possível ver o outro lado, o que todos dizem desejar. A passagem para o maravilhoso é marcada pelo dolorido. Mas ela não acreditava mais em Maravilha. Acreditava em dor. Disso, sim, tinha certeza. Nada lhe parecia verdadeiro. A verdade era mutável de acordo com interesses e os interesses mudavam, por vezes, mais rapidamente que as marés.*

*Somente uma inocência desdita ou uma ambição muito grande poderiam fazer alguém crer em salvação. Ela simplesmente não existia! Ninguém é salvo de nada. Todos afundam no poço de piche frio e sem fundo que a vida é... Tão logo se rompa a fina superfície rosada de inocência. A dela havia sido rompida de uma hora para outra. Aprendera a enxergar a realidade com cores menos pastéis e mais dramáticas. Amores e ódios... Amizades, sim, talvez valessem algo... Mas isso também era relativo... É com esses pensamentos que a alemã sai da imensa banheira ainda com o corpo alvíssimo pingando gotas perfumadas de água e óleo essencial amadeirado. Enrola-se em uma toalha e seca os cabelos com outra. Olha-se no espelho. A beleza, pelos séculos, permanecia intacta, mas seu interior... Como mudara! A aparência era uma fina e delicada camada que encobria um interior sombrio.*

*Seca os cabelos displicentemente. Para quê cuidados, se tudo se acaba, apodrece, morre? Segue para o quarto. Caminha nua, indiferente à falta de aquecimento do apartamento, gélido. Um humano ali estaria a bater queixos e com lábios azulados... Mas não Bettina. A ela... tanto se lhe importava ter ou não calor, queimar ou não energia... Tanto se lhe fazia tudo! Do mesmo modo, escolhe o vestido. Lança mão do primeiro que lhe aparece no closet. Um modelo longo, justo ao corpo, cor de sangue. Sobe em altíssimos sapatos negros e vai para a sala... Senta-se em um sofá negro. Afunda nele.*

*"Que móvel estúpido!", pensa, "Stultz e seus malditos gostos para mobília! Parvo! Fiz um bem para a sociedade cainita
[2] e humana ao eliminar aquele estúpido!" Relembra as cenas de Amaranto depois do amor falsamente feito sobre os papéis da corretora que Stultz dirigia... Ela o havia ido visitar em uma sexta-feira. O Antigo estava, como sempre, envolto por papéis e gentes... Secretárias a lhe pedir assinaturas, telefones tocando e diretores de departamento aguardando com cara de ansiedade na sala de espera. Ela jamais se fazia anunciar. Irrompia, maravilhosa e imponente, à porta e com um olhar pedia - ordenava! - a Stultz que mandasse a todos sair! E naquela noite não havia sido diferente. O homem se havia levantado e gritado com as quatro secretárias para que saíssem. A ordem fora acatada de imediato.*

*Ri sozinha ao se lembrar de quanto era parvo o homem... Ele a ousara tratar como... uma filha, uma agregada! Ainda na época em que estupidamente acreditava em amor, em romance. Planejara cuidadosamente toda a estratégia. Por semanas parte dos papéis que Stultz assinava apressadamente eram procurações e doações de bens e ações para o nome de Bettina. Duas das secretárias, feitas carniçais, ocupavam-se disso dia e noite com a máxima eficiência sem que o Ventrue jamais desconfiasse. E ambas tinham-se saído magnificamente na tarefa. Agora, a totalidade do patrimônio do austríaco, em caso de morte ou desaparecimento, seria dela. Parte, sem que ele notasse, já era. Semanas antes, contudo, havia assinado, sem querer, uma apólice de seguro muito generosa para com Bettina.*

*A noite tinha que ser aquela. Boa parte dos funcionários da corretora já havia deixado o prédio e os diretores, quando a viam chegar sempre desistiam da espera, recolhendo-se a seus departamentos ou mesmo suas casas. Ela caminhara, assim que entrara, segura de si, com passos sinuosos e longos até a mesa de Stultz. Um sorriso malicioso lhe tomava os lábios... Ela sabia que aquilo ainda o agradava. Insinuar-se sempre tinha sido um de seus talentos. Embora o suíço a visse como filha, não era - ainda - completamente imune a seus encantos femininos. Sentara-se no canto da mesa, revelando as pernas definidas e torneadas que ele tanto apreciava... O vestido negro, justíssimo, não havia sido escolhido a esmo.*

*Ele a seguira com os olhos por todo o caminho. Sorria meio sem-jeito. Incrível como um Antigo podia ser tão pulsilâmine em suas ações! Ela dominava a vontade de esganá-lo, de matá-lo com brutalidade animalesca. Escondia tudo sob o sorriso e a gentileza sensual.* Hummm... querido... Estava tão sozinha em teu catelo... *fazia trejeitos sensuais e tolos como os que aprendera com Ingrid Bergman, a "musa" de Stultz* Pensei em darmos uma volta... Irmos a algum lugar... *Um silêncio calculado* Na verdade... *olhava o próprio decote e de dentro dele tirara dois bilhetes para a ópera. Don Giovanni! Sabia que Stultz a adorava.* O que achas? Um pouco de ópera, um bom champagne... Talvez um jantar no Terrasse... *piscava e mordiscava os lábios em um sorriso. O homem, embora cheio de intenções paternais, de um modo quase incestuoso aceitara tudo... Tomara sua face com as grandes mãos e a beijara. Dissera-lhe ainda que o champagne poderiam tomar ali mesmo... Ela concordara. Não havia pressa. Nunca havia pressa!*

*Ela retribuíra o beijo e o afago. Os olhos brilhavam. A ele, parecia-lhe que de felicidade. Ela tinha a certeza que de pura ansiedade pelo que estava a se consumar. Stultz seguira até o frigobar da imensa sala e viera com champagne gelado e as duas taças que guardava sempre ali. Igualmente geladas. Ela sorria e acompanhava cada ação dele com os olhos. Tinha ímpetos de quebrar a garrafa e enfiá-la pelo peito do homem até o coração morto. "Porco!", pensara ela enquanto sorria e provava o esplêndido champagne, acariciando o rosto do Ventrue. Ela sabia muito bem das amantes dele... das mulheres que freqüentavam o escritório e que - sabe-se lá quantas vezes - já tinham provado a mesma marca de champagne na mesma taça que agora ela tocava com os lábios.*

*Mas a alemã fazia-se de inocente, contudo. A inocência, afinal, era o melhor dos disfarces. Na Antiga Roma, Ovídio já dizia que um rosto inocente escondia mais que uma boca fechada. E estava certo. Pena que não tivesse seguido sua própria sabedoria e falado demais, escrito demais, despertando a fúria de Augusto. Ah, mas como Ovídio, Stultz julgava-se esperto! Enquanto sorria, abrindo com perícia a garrafa, olhava-a agora e reconsiderava suas ações mais recentes. Bettina era realmente linda. Até que ponto valia a pena tratá-la como filha? Sabia-a apaixonada por ele próprio... Mas sua amada cria, Heinrich... Sim, sua cria, o alemãozinho violoncelista a queria para si... Ele não poderia competir com sua própria cria. Mais que tudo, uma questão de honra!*

*Stultz a beija. Ele gostava das tolas... Suzanne, sua primeira mulher havia, reconhecidamente, sido uma tola. Morrera em mãos de garous enquanto... - ela ri de novo, segurando, com êxito, as gargalhadas - colhia flores! Por Caim! Existira modo mais estúpido de morrer? Era uma cainita ou Chapeuzinho Vermelho? O fato era que os lobos – não tão maus! – a haviam ceifado da não-vida. E, para desagrado de Bettina, Stultz guardava as roupas com que ela se vestia na noite do ataque em uma moldura trabalhada e pintada em cor-de-ouro no quarto de dormir... Quarto que ela, Bettina, jamais tivera o gosto de ocupar com ele. Jamais haviam dividido a intimidade daquele magnífico quarto.*

*Oh, e isso a enfurecia tanto! Aquele Ventrue estúpido vivia em função das roupas de um cadáver e privilegiava os desejos de um neófito imbecil em detrimento dos dele próprio e dos dela! Aquele sentido de doação, de abster-se em benefício de outro a irritava! Que favor ela estava prestes a fazer a todos! À sociedade cainita como um todo! Emboscar, em seguida, o neófito Heinrich não seria difícil... Beijava Stultz agora... Ele se entregava ao beijo. Ela o acariciava levemente, fingindo pudores que não tinha. Ele gostava disso... Gostava das "inocentes". E, naquela noite, ela estava ali para realizar-lhe todos os desejos... exceto um: o de continuar a sua não-vida!*

Ahn... querido... penso que poderias dispensar as moças da recepção e as secretárias... O que achas...? *o sorriso malicioso e o tom dual eram o bastante para que ele entendesse... Ela, com carinho, afrouxava-lhe agora a gravata de seda italiana e abria-lhe alguns botões da camisa alva. Ele bebia mais um gole e olhava-a com jeito de quem entendia seu pedido manhoso. Larga a taça - seu grande erro! - e vai até o telefone, na outra ponta da mesa. Disca o ramal das secretárias e as dispensa. Se fosse um pouco mais esperto ou se tivesse desconfiado da real intenção da alemã, ele teria usado seus dons para fazer o sugerido.*

* Mas não. Acostumado que estava a seguir com rigidez as minúcias máximas da manutenção da Máscara, agia quase sempre, em aparência, como um humano. Ela derramava subrepticiamente narcótico na taça do homem... Levara-o em um anel que lhe havia sido presenteado - ironia das ironias! - pelo próprio Stultz. Ele dá as ordens a todos e volta para perto de Bettina que sorri, inocente e linda. Dizia que estavam, agora, ambos livres e a sós no imenso prédio de cinqüenta andares da Lausanne Corretora. Livres. E, em breve, ela também estaria livre. Livre de Stultz. E, melhor, sem manchar sua aura, como descobriria mais tarde. Qualidade providencial, aquela de não ter a aura marcada pelo amaranto. Qualidade da qual ela faria uso ainda muito mais vezes.*

*Em seguida, não fosse seu talento para dissimular, seria pega tremendo como uma humana assustada. Ele leva a própria taça aos lábios de Bettina com um sorriso franco. Ela sorve uma generosa quantidade do líquido e finge engolir parte, sempre fitando-lhe os olhos. Ele sorri enquanto a olha. A alemã, com expressão de paixão, aproxima-se do rosto de Stultz e transfere o champagne para a boca do homem. Ele gosta, engole... Ela sorri. Muito mais pelo prazer do ardil bem-sucedido do que por sentimentos de carinho. Beija-o agora mais lascivamente. Ele cede... Uma vez somente... Aquela seria sua despedida dos carinhos de Bettina... Nunca mais, depois, o faria... Ele a voltaria a tratar como a filha querida que deveria ser para ele e incentivaria um começo de relação entre o louro Heinrich e Bettina. Os dois jovens seriam felizes e... Sente-se tonto... Mas nada deveria ser, afinal... Não se alimentava havia alguns dias e isso lhe poderia estar trazendo aquele tipo de sensação.*

*Ela o beija cada vez mais apaixonadamente. Sua camisa já estava ao chão e o dorso nu e forte do homem realmente lhe provocava desejos... Os pêlos grisalhos e algo longos do peito de Stultz estavam agora diretamente sobre seus seios... O vestido descansava sobre a cadeira de couro do diretor-presidente da corretora. Ele sobe na mesa, por cima dela, já tirando o próprio cinto. O desejo o incendiava por dentro. Ela... Ah... ela dava-se ao luxo de senti-lo também... Mas... nada de significância verdadeira. Realmente importante era matar Stultz, era fazer o sonhado e merecido amaranto. Ajuda-o a desvencilhar-se da calça negra de fino corte. Um homem maravilhoso, em aparência, era o suíço. Forte, espadaúdo, másculo e com um sempre presente aroma amadeirado. Ela o acaricia... desce por seu corpo devagar, com carícias e beijos... Ele arqueja... gosta... Tem sua vaidade masculina realizada por ela por longos minutos, sentindo-se dominá-la, estando a moça quase de joelhos, enquanto a olha e afaga seus nigérrimos cabelos lisos.*


*Demora-se especialmente naquele afago. Sabia ser o que ele preferia. Fita-o com olhos brilhantes e o vê abrir e fechar os próprios olhos, azuis como turmalinas, repetidamente enquanto arqueja, afaga-lhe os cabelos e bebe pequenos goles de champagne. Por fim, com um gesto régio, ele joga todos os objetos que estavam sobre a mesa no chão. Há um estrondo porque livros contábeis, relatórios, papéis e porta-retratos estavam ali... Um relógio quebra-se e também o abat-jour. Ela sorri, satisfeita... Ele a pega no colo e a coloca sobre a mesa escura de nogueira antiga... Sem deixar de olhá-la, ele a toma por mais de hora. Ela deixa-se divertir nos braços dele. Intimamente, contudo, ria-se.*

*Aquilo era como andar de montanha-russa... Não! Algo menos emocionante! De roda-gigante! Contém o riso... Quando ele se esquece de tudo, do ambiente, tomado pela sensação de tontura e os estertores próprios do ápice, ela crava-lhe as presas! Ele, tonto, confuso, em estertor, nada faz... Nada consegue fazer! Ela, enquanto isso, suga-lhe o Sangue vampírico com toda a rapidez que pode... Pelo sim, pelo não, tateia na mesa um pequeno estandarte com base e pau onde se hasteia uma bandeira da corretora em menor escala. Aquilo lhe serviria de estaca! Pelas costas, finca a madeira afiada de forma certeira entre as costelas de Stultz, atingindo-lhe o coração. Ele é imediatamente paralizado e ela pode sorver seu sangue com mais tranqüilidade, certa de que ele não oferecerá resistência.*.

*Em seu último gesto, ele, ainda arquejando, arregalara os olhos e abrira a boca em um grito surdo. Ela se deliciava agora. Mais que o fizera até então. Sorve-o agora devagar e sempre que pode, olha-o nos olhos, trepudiando. Mete um, dois, três dedos na ferida aberta por suas presas, lambendo-os em seguida, sujando-se com o sangue de Stultz. O homem paralisara completamente. Ela nunca havia enfiado estacas em nenhum cainita e gostara daquilo... Quase banhava o próprio colo no líquido viscoso e vermelho... Deleitava-se perversamente com a ação. Matá-lo não era o bastante. Ela precisava divertir-se com o ato, banalizar a importância que Stultz tivera em sua não-vida, ensinar-lhe a última lição... Enquanto enfiava os dedos nos ferimentos, trazendo para si mais sangue, cantava Don Giovanni... Um réquien para Stultz!*

*Suga toda a sua essência... A não-vida de Stultz chegara ao fim... Uma vida estúpida e um fim estúpido! Um crédulo, apesar da antigüidade. Ele se desmaterializa. O pó que deveria ser há muitos séculos se acumulava agora sobre o corpo nu de Bettina. Ela levanta-se e remexe-se a fim de se livrar daquilo. Parte dele, contudo, gruda em seu colo, empapando-se no sangue que ali estava. Ela caminha pelo escritório, ainda nua, e bebe um pouco mais. O champagne era ótimo... por que não o aproveitar até o fim? Não tinha pressa... A ópera começaria mais tarde... Toma toda a garrafa, agora pelo gargalo. Stultz jamais permitiria aquele comportamento. Ai, ai... Os antigos e sua etiqueta superficialóide.*

*Cantarola o Danúbio Azul, como homenagem, ainda, ao homem, valsando sozinha, nua, com a garrafa de champagne na mão. Depois de alguns minutos, pára, ri-se e limpa a boca com as costas da mão ensangüentada, com expressão séria, olhando as cinzas. O rosto é manchado em um borrão vermelho com gosto de sangue e vinho. Ela vai até a suíte e banha-se. Até que ter um banheiro privativo, com ducha, em um escritório, era agradável... Principalmente naquela ocasião... Ela se ri e cantarola Wagner. Sim, aquilo era música! A música que Hitler apreciava, a que o Terceiro Reich ouvia! Banha-se devagar, ensaboa-se. Enxuga-se e vai até a sala. Enfia-se no vestido justo, sobe nos altíssimos sapatos. Vai até o banheiro, segurando a pequenina bolsa negra e brilhosa. Baton... perfume... Todos os cuidados. Apronta-se linda como havia chegado. Sai do escritório deixando um rastro de Deep Red no caminho. Já na porta, acena para as cinzas espalhadas pelo chão...* Auf wiedersehen, Kretin! (Adeus, cretino!) *sai rindo e ofusca-se...*

*Aquela catadupa de pensamentos e lembranças lhe haviam sido provocadas por um simples sofá... Por seu desagrado, melhor dizendo, com o sofá. O neófito? Heinrich... Ah... Conseguia ser ainda mais cretino que seu Senhor... Fora-lhe extremamente fácil iludir, seduzir e matar o louro e estúpido alemãozinho de Berlim. Tão cheio de empáfia quanto de cretinice! O mundo perdia um grande musicista, um magnífico concertista, mas... a não-vida se livrava de um neófito pouco promissor... - ria-se afundada no sofá negro de sua sala -. Menos trabalho para a Camarilla, menos trabalho para o Sabá, menos trabalho para os lupinos... *

*Ah... sim... até que a não-vida tinha alguma graça... Pelo menos, nem tudo ainda lhe era indiferente. Matar quem merecia era bom... Matar era realmente muito bom! Sim, até mesmo quem não merecia! Novamente gargalha, sádica, com uma crueldade difícil de imaginar em alguém tão linda. Dar o fim era o que de melhor havia na continuidade. A sensação de poder, de decidir o fim de alguém era ótima. Melhor ainda se gerava lucros, como Stultz lhe gerara. Matar Heinrich fora somente... um esporte... Não lhe gerara lucro e nem sequer muito divertimento... Fora tão fácil que... não tivera graça. Gostava de presas mais difíceis. Como Enrique, um espanhol que conhecera há algumas décadas... e também... como era mesmo o nome dele...? Ah! Algum desses bobos nomes russos...*

*Um milionário. O golpe fora parecido, mas a luta para o amaranto tinha sido acirrada. Ele descobrira sua intenção... Oh... que pena... Mas o fim lhe chegara igualmente... Ah, sim... boas lembranças... Vinha levando, afinal, uma esplêndida não-vida. Sua sensação amuada no começo da noite era... tola. Tinha-se volatizado com as lembranças... A igreja de perto soava o sino oito vezes. Billy, o americano rico que conseguira para si deveria chegar a qualquer momento. Vai até o som e põe a Gershwin. O imbecil, por certo, preferiria Ray Conniff... Gargalha e dá viravoltas pela sala... Americanos cafonas!*

*Ela detestava Gershwin. Além de tudo, o maldito narigudo era judeu! Ela tocando música de um judeu! Era quase uma infâmia! Mas tudo tinha uma razão. Tocava aquela “submúsica” para tentar agradar o estúpido americano gorducho de meia-idade... O que gostava dele eram os dividendos na participação na indústria cinematográfica de Hollywood... Volta a jogar-se no sofá. Billy, o ruivo branquicelo e sem-sal, era humano... E... mais incrível, tão tolo que não desconfiava da natureza vampírica de Bettina! Como poderia ser tão crédulo? "Oh, estou de volta do Japão e ainda no fuso de lá, por isso, só me vá ver à noite, sim, querido?" E ele... acreditara!*

*Aquilo era risível! Compreendera a dificuldade da pobre moça com o fuso europeu. Ria-se mais ao pensar nisso... A campainha tocava. Ela rapidamente corara o rosto e aquecera a pele. Caminha até a porta, já ensaiando os passos insinuantes, contendo o riso debochado.* Meu querido! Boa noite! *O homem beija-lhe a boca e entrega-lhe um bouquet de tulipas coloridas. Cumprimentara-a todo apaixonado e entrava agora. Finge se agradar com Gershwin, a quem nem conhecia, na verdade. Ray Coniff era tão melhor! Ela o beija, agradecendo pelas flores e desejando que os dias passem para poder vê-las definhando lentamente, sentada no sofá odioso... Ele segue para a saleta de jantar, abraçado à mulher... Para quê? Ah! Um jantarzinho íntimo... Boa música, bom vinho... carinhos e... bem... fim! “O” fim... Ou, se preferir, “The end”! *

Roladora de dados, não!

Quando o "Prelúdio" de Bettina foi escrito fazia 13 dias que Angie e eu nos conhecíamos. Lembro com perfeição como ela entrou em minha vida. Na madrugada de 15 de dezembro de 2002, em uma das salas de chat do Terra (http://www.terra.com.br), eu estava, há horas, tentando jogar RPG, sem conseguir, por falta de parceiros adequados e disponíveis. Sem jogo, conversávamos, eu e outros freqüentadores.

Desde abril de 2000 jogar RPG era meu maior prazer, minha diversão favorita, e, mais que isso, meu melhor ofício, mesmo não sendo ainda remunerado.

A versão que jogo é o RPG escrito, funcionando como espécie de roteiro cinematográfico ou script teatral. Nos primeiros meses, interpretava Lestat de Lioncourt, criação da norte-americana Anne Rice, nos livros que compõem As crônicas vampirescas. Depois passei a interpretar uma personagem criada por mim: Marcel de Léon, um vampirinho de 13 anos, brasileiro. Ele se tornou minha paixão criadora e existencial.

Mas, naquela noite de 15 de dezembro, sem parceiros de interação, iniciei uma discussão a respeito dos jogos em chat, das qualidade negativas ou positivas deles. Quando me dei conta, éramos mais de quatro pessoas conversando. Sei que parece estranho, todavia, como não gosto de conversar em chats, no íntimo estava conversando com Deus, jurando-Lhe que, se algo de muito diferente não acontecesse naquela noite, eu pararia de jogar, deixaria de entrar nas salas de chat do Terra. Tomei com muita firmeza essa decisão e continuei a conversar com os colegas.

Uma das participantes usava o nick “Laetizia Fontemaggi”. Já tinha visto esse nome por lá. Não gostava muito da moça porque ela parecia ser uma “roladora de dados”, categoria de errepegistas, a meu ver, pouco imaginativos, presos às regras dos livros de sistemas. Os roladores de dados são assim chamados porque, na maioria, não sabem decidir pelo bom senso e pelo bom gosto se as personagens que interpretam irão respirar ou não, precisam jogar dados para quase tudo, talvez temendo perder as fabulosas criações.

De um modo geral, o oposto deles, em chats, são os que jogam em estilo literário e interpretativo, sendo bons de interação, rápidos de raciocínio, apaixonados pelo prazer de escrever vidas ficcionais e decidir esteticamente os destinos desses seres. ‘Tá, não quero ser extremista, conheci roladores de dados excelentes também apesar de serem, sem dúvida alguma, exceções.

Enfim, eu julgava Laetizia pertencente ao abominável grupo dos roladores. Foi ela quem se encarregou de me demover dessa classificação equivocada, simplesmente me contando que não era uma deles, que, ao contrário, assim como eu, sentia verdadeiro desprezo e horror pelos jogadores presos aos dados. Ela me disse que se chamava Maria Angélica Spützer (Angie).
Combinamos jogar em uma outra noite, mas, ela jogaria com outra personagem: Bettina von Schaeffer, e me pediu que eu interpretasse Lestat de Lioncourt, em vez de Marcel de Léon. Fazia mais de um ano que eu abandonara Lestat. Recusei, dizendo-lhe que, se ela desejava Lestat em jogo, que por dentro do jogo tornasse imprescindível a presença dele.

Se não pularam o texto de abertura, vocês sentiram uma amostra do que nos esperava, acredito.


[1] O "Prelúdio de Bettina" foi criado originariamente em chat, mas, Angie, player da Bettina o copiou e colou em documento do word. Por ser a abertura deste livro e não estar em formato que simule a página de um chat sofreu revisão. Os demais textos que representem narrativas de jogos serão apresentados sem revisão.
[2] Sinônimo de “vampiro” no livro de sistemas seguido.